quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mogi está apta a receber aeroporto

Júlia Guimarães
O vice-governador Guilherme Afif Domingos revelou, nesta semana, os planos do Governo do Estado para o terceiro aeroporto da Região Metropolitana de São Paulo. O projeto, que vinha sendo mantido em sigilo, prevê uma Parceria Público-Privada (PPP) para construção do empreendimento, linkada à concessão dos 30 aeroportos paulistas sob administração estadual. As declarações do vice-governador são um demonstrativo de que, embora em silêncio, o Estado vem trabalhando intensamente na viabilização de um projeto de melhoria da rede aeroviária. Afif deixou claro que Mogi das Cruzes está entre as localidades passíveis do recebimento do novo aeroporto.


As declarações do vice-governador foram divulgadas em reportagens publicadas entre segunda e terça-feira pelos jornais Folha de S.Paulo e Valor Econômico. Afif explicou que não é intenção do Estado inviabilizar a ampliação dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos) ou Viracopos (Campinas), mas destacou que o posicionamento do Estado é de que as expansões serão insuficientes para a demanda e de que a Região Metropolitana precisa de um terceiro terminal. Para isso, a aposta do Governo é dar ao empreendimento uma vocação para voos executivos e regionais. "Não seriam voos de grandes jatos. Ele vai servir à aviação regional do Estado, norte do Paraná e Triângulo Mineiro", disse.


Afif explicou que Mogi das Cruzes está entre as cidades que possivelmente receberão o novo aeroporto, ao lado de Caieiras e de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. As declarações do vice-governador dão pistas de que essa última região pode apresentar inviabilidades técnicas por estar "sujeita a nublar". O projeto de Caieiras, apresentado pela construtora Andrade Gutierrez, já foi rejeitado pela Aeronáutica em outubro deste ano porque causaria interferências nos aeroportos de Cumbica, Viracopos, Congonhas e Jundiaí. Neste sentido, Mogi das Cruzes fica em vantagem, já que a construtora OAS possui um projeto adiantado para instalação de um aeroporto no Distrito do Taboão, que tem localização privilegiada com fácil acesso a Capital e às regiões do Vale do Paraíba e do Litoral Norte.


A intenção do Governo é viabilizar a construção do empreendimento por meio de uma PPP, em que a empresa vencedora passará a ser responsável pela administração do outros aeroportos espalhados pelo Estado. O modelo, que terá proporções bem maiores, é semelhante à concessão do Rodoanel Mário Covas, em que a empresa Ecopistas, responsável pela construção do Trecho Leste, também administra o pedagiamento do Trecho Sul. Afif destacou que a construção do aeroporto depende de aprovação do Governo Federal e informou que as tratativas entre Estado e União ainda não começaram. Isso deverá ocorrer apenas depois que forem realizados os leilões de privatização dos terminais federais de São Paulo, previstos para o início do próximo ano.


As declarações de Afif confirmam o posicionamento dado pelo próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB), que em diversas oportunidades defendeu a importância de um terceiro aeroporto na RMSP e afirmou que o mesmo deverá ser destinado, especialmente, a voos executivos. Consultada, a Assessoria de Imprensa do vice-governador informou ontem que ele não comentaria mais o assunto.


Fonte:O Diário de Mogi