quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Homenagem Te amo, amigo!

Na minha memória, fica o Ale guerreiro, o Ale alegre, o Ale roqueiro e o Ale amigo
Nayara Ruiz
Do Facebook Para O Mogi News
Daniel Carvalho

"Todo mundo tem problemas. E todo mundo tem a capacidade de lidar com eles", era o que Ale dizia
No dia 9 de março de 2010, recebi uma pauta que mudaria minha vida. Na época, eu trabalhava no jornal Mogi News, em Mogi das Cruzes, e até receber um e-mail aquele era um dia qualquer, com pautas, fotos, entrevistas e histórias. O e-mail era, na verdade, um pedido. Um pedido de um colega de profissão que passava por uma situação muito difícil. A ajuda que ele nos pedia era para conseguir um remédio que deveria ser fornecido pelo Estado, para o tratamento da hipertensão arterial pulmonar, uma doença rara e sem cura, que ele descobriu ter alguns anos antes. O caso era grave, pois sem o remédio, suas chances de permanecer respirando eram mínimas.


Foi naquele dia, ao ter o primeiro contato com o Ale Rocha, que teve início uma grande e inexplicável relação de extremo carinho, admiração, confiança e amizade. Foi naquele dia que conheci meu parceiro, o cara que iria ouvir muitas das minhas lamentações e também me contaria muito de seus dramas. E, claro, nós dois compartilharíamos momentos de felicidade. Passei a enxergá-lo não mais como um entrevistado, mas como um amigo.


Com ele, aprendi que não temos que nos lamentar por nada que acontece em nossas vidas. Temos que reagir. Reagir e lutar, fazer de tudo para superar, acreditar em nossas próprias forças e não desistir nunca. 
Muitas foram às vezes que ele vinha me contar o quão sem paciência ele ficava quando alguém olhava para ele com aquele sentimento de dó, de piedade. "Ué, só eu tenho problemas? Só porque para fulano o meu problema parece infinitamente maior, não significa que ele não tenha problemas tão graves quanto os meus. Todo mundo tem problemas. E todo mundo tem a capacidade de lidar com eles", era o que ele dizia. Evoluí. Entendi muita coisa que não entendia até então. Ale Rocha me ensinou muito sobre a vida.


Dia 25 de novembro de 2011. Neste dia, Ale completou 35 anos de vida. Eu em São Paulo, ele em Mogi. Liguei para dar parabéns. Perguntei o que ele queria fazer. "Buxixo, igual ao ano passado?", perguntei. "Era o que eu queria que você sugerisse", ele respondeu. Fomos. A banda era Suprasumo, uma das que o Ale mais gostava. E foi o máximo. Dançamos, nos divertimos, rimos, conversamos, matamos a saudade. 
Ele me contou que naquele dia havia recebido uma ligação de um número desconhecido. "Meu presente de aniversário", foi o que disse, ao me contar, com euforia, que pensou ser a notícia do transplante, aguardada por dois anos. "Não foi dessa vez. Mas eu sinto que vai acontecer nos próximos dias".


No dia seguinte nos falamos. E apenas depois tive novas notícias dele. A notícia do tão aguardado transplante havia chegado. E ele foi longe, aguentou firme, mais do que os outros pacientes que passaram pelo mesmo procedimento aqui no Brasil, segundo o que ele me contava. Mas, pelo destino, ele não resistiu ao transplante e faleceu neste dia 6 de dezembro. 
Agora, todos nós, amigos, conhecidos, fãs e admiradores, devemos nos manter firmes. Firmes igual a ele. Na minha memória, o que vai ficar para o resto da minha vida é a postura de um homem que soube encarar com louvor todas as dificuldades que a vida colocou em seu caminho. 
Na minha memória, fica o Ale guerreiro, o Ale alegre, o Ale roqueiro e, principalmente, o Ale amigo. Fique bem, parceiro. Em paz.


Da amiga para a eternidade...


Fonte:Mogi News