quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Despedida Família e amigos dão adeus a Ale

Enterro do jornalista e blogueiro foi realizado ontem de manhã, no Cemitério Parque das Oliveiras, no Cocuera
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Dezenas de pessoas acompanharam o enterro de Ale Rocha
Em clima de muita emoção e tristeza, foi sepultado ontem de manhã o jornalista e blogueiro Alexandre da Rocha, o Ale Rocha, que tinha 35 anos de idade. Dezenas de pessoas, entre parentes, amigos, autoridades e jornalistas de Mogi das Cruzes e da capital compareceram ao Cemitério Parque das Oliveiras, no Cocuera, para dar o último adeus ao jovem paulistano, mas "mogiano de coração", que ficou conhecido em todo o País por sua luta contra a hipertensão pulmonar, doença rara e crônica, mas também por sua atuação nas redes sociais e por seus comentários sobre assuntos da cidade, além de séries e programas de televisão. 
Rocha morreu na manhã de anteontem no Instituto do Coração (Incor), na capital. 
Segundo o boletim oficial do hospital, a morte foi em decorrência de uma disfunção nos pulmões transplantados na quarta-feira passada. Contudo, familiares e colegas de trabalho afirmam que o rapaz foi vítima de uma infecção generalizada, originária de uma bactéria que estava no pulmão transplantado. Um laudo oficial da causa da morte ainda será divulgado. 
Apesar do clima de comoção que tomou conta do velório, o assunto comum nas rodas de conversas era a felicidade do jornalista, na semana passada, após conseguir, finalmente, ser submetido a um transplante de pulmão e sobreviver à cirurgia. "Ao acordar, ainda sem condições de falar, Ale conseguiu escrever ´eu venci´ num papel e entre-gar à mãe dele", contavam os amigos mais próximos.


A frase, na verdade, significava a quebra de mais uma barreira pessoal e da Medicina brasileira, pois nenhum paciente com a mesma doença rara poderia sobreviver à cirurgia. "Foi uma vitória sim, num primeiro momento, e que não deixa de ser mais uma lição de vida deixada pelo Ale. De que não se pode desistir dos objetivos, esmorecer à luta", resumiu o advogado e amigo da família Laerte Silva.


Olavo Câmara, amigo de longa data de Ale Rocha e "parceiro" na luta judicial para que o Estado comprasse o Iloprost, medicamento de alto custo de grande importância para seu tratamento, também faz questão de comparecer ao velório e ao sepultamento do jornalista. "Era uma pessoa de fibra, de personalidade e que muito ensinou sobre a vida, apesar da pouca idade".


O historiador e professor universitário Mário Sérgio de Moraes não conseguia esconder a emoção ao se despedir do amigo e companheiro do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). "Ele tinha ideias e levantava assuntos como poucas pessoas sabem fazer. Tinha um ´timing´ e uma sincronia com os demais integrantes que parece que ele veio por osmose ao movimento, no ano passado. Entretanto, acima de tudo, era um amigo, um filho, um pai excepcional", disse, com os olhos marejados.


Apesar de visivelmente abalada com a perda do amigo, a jornalista Nayara Ruiz - que trabalhou no Mogi News no ano passado e foi uma das responsáveis pela divulgação da luta de Ale Rocha contra a doença rara, em matérias no jornal e numa entrevista especial - frisou a lição de vida deixada pelo blogueiro. "Trocávamos conversas profissionais e confidências pessoais que me ensinaram a ver a vida de uma forma mais madura, mais batalhadora". 


No Twitter
Os pais de Ale Rocha, o irmão Gustavo, a esposa Rosângela e o filho João Vitor, de 5 anos, receberam muitos abraços e diziam aos amigos para lembrarem do jornalista como um lutador. No Twitter, a mãe dele, Marina Rocha, reforçou a mensagem: "A saudade é grande, mas a admiração por este filho é muito maior. Eu o amava e o amo eternamente. Nosso guerreiro, tenho tanto orgulho dele q (sic) nem sei". 
Políticos, equipes da Record e da Yahoo e o SWU, festival de música em que Ale Rocha participou como convidado especial, enviaram coroas de flores.


Fonte:Mogi News