quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Polícia apreende 69 fuzis na Rocinha

RIO DE JANEIRO
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio apreendeu somente no início da manhã de ontem 29 fuzis na Rocinha, zona sul da capital fluminense. Desde o início da ocupação do complexo da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, na madrugada do último domingo, foram apreendidos até agora um total de 69 fuzis, informou a Secretaria de Segurança do Rio. Também foram apreendidas pistolas, metralhadoras, espingardas e pelo menos 20 mil munições de diversos calibres.


Esse número aumentará ainda mais a contagem do material apreendido numa casa próxima da Rua 2. No local, traficantes haviam abandonado munição para pistola e fuzil e grande quantidade de fogos de artifícios, que eram usados para alertar bandidos sobre a chegada da polícia. Também foram encontrados coletes à prova de balas de uso exclusivo das Forças Armadas.


Essa cena não se repetirá mais com a ocupação definitiva das comunidades pela polícia, que vai instalar na comunidade a 19º Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio. Essa foi a promessa reforçada ontem pelo secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, que visitou o Morro do Vidigal pela manhã na companhia da chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha.


O secretário frisou a importância de "incluir esses lugares à cidade do Rio". Segundo oficiais do Bope, nenhuma comunidade ocupada por UPPs anteriormente colaborou tanto com a polícia quanto na Rocinha nesses primeiros momentos da ocupação.


As informações têm sido passadas por moradores por meio de bilhetes, telefonemas e também oralmente. "Cada comunidade é diferente. As denúncias são resultado da nossa credibilidade", disse o comandante do Bope, coronel René Alonso.


Moradores e comerciantes contaram que a noite de anteontem na Rocinha foi bem menos movimentada do que costuma ser em véspera de feriado. O coronel René afirmou que não há toque de recolher na favela, mas ressaltou que a partir de agora todos terão de conviver com regras sociais que vigoram em bairros não favelizados da cidade.


Um exemplo é a obrigação de respeitar o horário da lei do silêncio. Outro é a proibição de mototaxistas sem equipamentos de segurança, habilitação e documentos dos veículos.




Dificuldade


O secretário Beltrame afirmou ainda ontem que o governo combate simultaneamente o tráfico e as milícias, mas que as operações contra milícias são mais complexas por causa das características desse crime. "Nós não podemos ter, em um crime difícil de ser elucidado, a mesma velocidade. Tem muita gente (ligada às milícias) presa, mas as coisas têm de ser feitas com qualidade", disse o secretário.


Fonte:O Diário de Mogi