quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pedido estudo sobre dependentes

IVAN CARVALHO


Especial para O Diário
Após O Diário denunciar o livre consumo e venda de drogas em diversos pontos de Mogi, o Conselho Tutelar do Município revelou que a cada 656 novos processos recebidos de janeiro a outubro deste ano - apenas na unidade central - 35% têm relação com o uso ou tráfico. O álcool lidera a lista, seguido pelo crack, cocaína, maconha e cigarro. A falta de unidades especializadas no atendimento aos dependentes e a ausência de uma política de prevenção levaram a Defensoria Pública a pedir à Secretaria Municipal de Saúde um estudo detalhado sobre o volume de usuários da Cidade.


O objetivo é que este levantamento possa ajuda as associações, centros de assistências sociais e o próprio Conselho Tutelar na implantação de uma política de prevenção ao consumo de drogas. No próximo mês, uma reunião entre lideranças de bairros e de comunidades terapêuticas será agendada com a Secretaria de Educação para avaliar os processos de reinserções dos viciados na sociedade.


Locais como Vila Natal, Socorro, César de Souza, além do Parque Municipal Botyra Camorim Gatti, e da Praça Francisco Ribeiro Nogueira, no Centro, entre outros, se tornaram ponto de traficantes e usuários.


Na opinião de Sueli Morete, conselheira tutelar, que trabalha há cinco anos na unidade central, faltam unidades para tratamento de dependentes químicos. "Só há um local em Mogi para internação de usuários de drogas (Projeto Vida, no Socorro, subsidiado pela Prefeitura e mantido por freiras). É muito pouco para o tamanho da população. Em alguns casos, pacientes ficam até dois meses aguardando a internação. Além disso, todo mundo pensa em clínica de recuperação, quando na verdade, precisamos de políticas educativas no sentido de precaver o uso entre os mais jovens", explica Sueli.


As reivindicações da próxima reunião serão enviadas ao prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD). Uma delas será a inclusão do Centro de Atenção Psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas: álcool e outras drogas (Caps-ad). "Em Mogi, contamos hoje apenas com o Caps II, que não tem finalidade de atender os dependentes químicos", comentou Eda Meneses, conselheira tutelar.


A Secretaria de Saúde confirmou que já está em processo de elaboração o estudo para levantar o número de dependentes químicos da Cidade.




Reunião


Recentemente, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mogi e a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, promoveram um debate sobre o tema, na sede da entidade.


Do encontro participaram alguns secretários, vereadores, juízes, promotores, representantes do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê, além de lideranças de bairros e de comunidades terapêuticas. Na ocasião, a Assembleia apresentou o levantamento realizado pela Assembleia sobre a situação do crack nos municípios paulistas.


Fonte:O Diário de Mogi