quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Não ao aterro Vereadores avaliam que pressão política poderá barrar o Lixão

Deputados também prometem que irão se mexer para afastar o "fantasma" do aterro mais uma vez de Mogi
Cleber Lazo 
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Chico aposta no governador
Os vereadores de Mogi das Cruzes acreditam que pressão política e as questões ambientais serão suficientes para barrar a instalação de um aterro no Taboão. Eles ficaram surpresos com a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que reafirmou à empreiteira Queiroz Galvão o direito de implantar um aterro no município, como informou, com exclusividade, o Mogi News, ontem. Um acórdão publicado pela Câmara Especial de Meio Ambiente do TJ autorizou a construtora a continuar com o processo de instalação do empreendimento. 
O vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB), o Chico Bezerra, informou durante a sessão de ontem na Câmara que, mesmo com a decisão da Justiça favorável à empreiteira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já se posicionou contrário ao projeto. "Ele declarou diversas vezes que Mogi não terá nenhum aterro sanitário e temos que acreditar e continuar com a mobilização", disse. Durante a inauguração do Poupatempo de Mogi, no dia 20 de outubro, Alckmin ratificou que a cidade não receberia um Lixão. 
Pedro Hideki Komura (PSDB) avalia que a única maneira de barrar as pretensões da Queiroz Galvão é com "pressão política". "Se for preciso, a Prefeitura terá que agendar um novo encontro com o secretário de Estado do Meio Ambiente (Bruno Covas)", salientou.


O presidente da Comissão de Segurança da Câmara Municipal, Expedito Ubiratan Tobias (PR), acredita que apenas a instalação de um aeroporto ou uma iniciativa semelhante poderá afastar o "fantasma" do aterro em Mogi. "Ele (aeroporto) seria instalado justamente na área onde a Queiroz (Galvão) pretende construir o aterro", avaliou. Carlos Evaristo da Silva (PSD) frisou que "a Justiça não pode ser confrontada, mas há meios que podem favorecer Mogi nesta luta contra a construtora". "Precisamos continuar atentos e seguir na mobilização popular, porque somente assim poderemos ver nossa cidade longe deste mal", sugeriu. 






Deputados
O deputado estadual Luiz Carlos Gondim (PPS) irá aproveitar sua viagem à Brasília, onde participará de uma reunião no Ministério do Desenvolvimento Agrário, para conseguir reforço na luta contra o lixão. Ele deve conversar com desembargadores do Supremo Tribunal Federal (STF) e estreitar contato com o Ministério do Meio Ambiente. "Além de tudo isso, aterro é uma tecnologia ultrapassada. Temos que lutar para trazer uma usina que transforme o lixo em energia, sem resíduos", destacou. 
O deputado federal Junji Abe (PSD) também comentou a decisão do TJ, que considerou inconstitucionais as duas leis municipais que impediram a implantação do Lixão: "Devo lembrar que, em 2004, enquanto prefeito, senti que o poder público, sozinho, não venceria o afã desprezível da Queiroz pelo empreendimento. Foi então que me socorri às entidades do Movimento Aterro Não. Foram os integrantes desse legítimo representante popular que nos deram o respaldo político e social para avançar na luta contra a poderosa empresa. Como cidadão mogiano e enquanto deputado federal, a notícia ruim representa apenas a certeza de um empenho ainda maior no sentido de impedir a malfada iniciativa da empresa", informou em nota.


Fonte:Mogi News