sábado, 22 de outubro de 2011

Dilma segura Orlando no cargo

BRASÍLIA
Depois de quase uma hora e meia de conversa com a presidente Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Orlando Silva, deixou ontem o Palácio do Planalto ainda no cargo. Em entrevista logo depois do encontro, Silva garantiu que a presidente escutou sua defesa e lhe recomendou serenidade e paciência e reafirmou a confiança em seu trabalho.
Dilma chamou o ministro para uma conversa no final da tarde de ontem. Orlando chegou ao Palácio do Planalto por volta de 19h e esperou que a presidente terminasse a agenda oficial do dia - um encontro com o empresário Eike Batista e o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que vieram tratar de investimentos em uma fábrica de tablets no Brasil.
"Foi um encontro para que eu esclarecesse todos os fatos, todas as acusações que tenho sofrido nos últimos dias. Dei detalhes, desmascarei todas as mentiras", afirmou Orlando. O ministro repetiu que havia pedido investigações à Polícia Federal e ao Ministério Público e aberto seus sigilos fiscal e bancário e que recebeu o apoio da presidente.
Indagado se continuava então no cargo, garantiu que sua saída nunca havia sido discutida. Afirmou que, depois de dar suas explicações, ainda conversou com Dilma sobre a agenda do ministério para as próximas semanas - uma visita do presidente da Federação Internacional de Futebol, Joseph Blatter e um programa para atletas olímpicos - e sobre os resultados do Panamericano de Guadalajara.
Orlando passou o dia despachando normalmente no ministério. Evitou conversar com a imprensa durante todo o dia, mas investiu em redigir uma longa nota, publicada no site do ministério, com explicações sobre todas as denúncias que surgiram ao longo dessa semana. Chegou ao Planalto no início da noite com o carro oficial, mas evitou a entrada principal e preferiu os fundos.
Visivelmente abatido, o ministro mostrava no rosto os efeitos da semana difícil. Ao final da entrevista concedida no Salão Nobre do Palácio do Planalto, era esperado pelo assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, de quem recebeu um forte abraço e palavras de apoio.
Em nota divulgada após o encontro com o ministro do Esporte, Orlando Silva, a presidente Dilma Rousseff afirmou "que o governo não condena ninguém sem provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência". Após a reunião, que culminou com a permanência do ministro no cargo, apesar das sucessivas denúncias, Dilma também afirmou que não irá aceitar "que alguém seja condenado sumariamente".


Fonte:O Diário de Mogi