segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Mogi discute destinação de lixo


Questão Participantes do seminário destacam a importância de o Governo pensar em soluções inteligentes para o descarte do lixo


RENATO DE ALMEIDA
A Frente Parlamentar contra a Implantação do Aterro Sanitário em Mogi das Cruzes promove amanhã o seminário "Lixo: Qual a Solução?". A abertura do evento está marcada para às 18h30 e será realizada no auditório da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), na Avenida doutro Cândido Xavier de Almeida Souza, 200, no Centro Cívico. O objetivo do grupo é apresentar, por meio de diversas palestras com especialistas, as novas tecnologias para destinação de resíduos sólidos, que representam menor impacto ao meio ambiente, fazendo com que estas informações se tornem novos argumentos na luta contra a instalação de um aterro sanitário no Distrito Industrial do Taboão pela empreiteira Queiroz Galvão.


"Com este evento, eu e toda a Frente Parlamentar, visamos destacar a necessidade que o Governo tem em investir em soluções inteligentes para a destinação de resíduos sólidos. Atualmente é impossível vivermos sem usinas de reciclagem, compostagem ou geração de energia a partir do lixo. Temos de aproveitar tudo", diz o deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira (PPS), coordenador da Frente.


"Não podemos mais enriquecer empresas que simplesmente enterram o lixo, mas sim procurar formas de transformá-lo em energia. Por isso, esperamos que o seminário conte com a participação de todos aqueles que se preocupem com o meio ambiente e têm um pensamento ecologicamente correto", acrescenta. A expectativa dos organizadores é que mais de 200 pessoas assistam as palestras.


Entre os temas a serem abordados, estão a gaseificação por plasma de resíduos sólidos, a reciclagem de resíduos da construção civil com reaproveitamento em pavimentação, além do papel da parceria público-privada (PPP) na destinação do lixo. Para os membros do movimento "Aterro, não!", que estarão presentes no evento, o contato com estas informações deverá evidenciar o quanto os aterros sanitários são uma tecnologia ultrapassada.


"Esperamos que este seminário realizado pela Frente Parlamentar possa influenciar tanto no nosso Município quanto em toda a Região, no sentido de reforçar que não podemos aceitar um empreendimento como este (aterro sanitário)", aponta o ambientalista José Arraes.


"É certo que, de alguma forma, temos que destinar os nossos resíduos, já que cada pessoa produz quase um quilo de lixo por dia. Contudo, se tivermos conhecimento sobre diferentes formas de destinação, podemos usá-las como um argumento a nosso favor e sabemos que podem ser feitos financiamentos para viabilizar para o emprego de novas tecnologias. Existe, por exemplo, a incineração, que é o procedimento já adotado por alguns municípios. Esta por não ser a melhor forma de todas, mas é muito mais vantajosa que simplesmente continuar enterrando o lixo", critica.


"Nosso movimento é totalmente favorável às novas tecnologias, para que seja quebrado este paradigma de enterrarmos lixo. Conhecendo estas novas técnicas, vamos superar os instrumentos arcaicos, como os aterros sanitários. Enquanto enterramos lixo, continuaremos degradando o ambiente", avalia Mário Berti, presidente da ONG Guerrilheiros do Itapeti. Ele e outros membros do grupo fotografaram na quinta e sexta-feira última toda a área do Taboão. Agora as imagens – que retratam a fauna, flora e o patrimônio arquitetônico local - farão parte de folders e banners que serão apresentados durante o seminário. "Vamos levar aos deputados para que eles mexam nessa questão do licenciamento de aterros", avisa Berti.


Fonte:O Diário de Mogi