sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Governo eleva IPI e carro importado pode ficar até 28% mais caro

 - Clayton de Souza/AE
Montadoras terão de cumprir exigências de nacionalização e inovação para escapar do aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Decisão afetará especialmente chineses e coreanos    
Renata Veríssimo, Célia Froufe e Adriana Fernandes, da Agência Estado
BRASÍLIA -


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Clayton de Souza/AE
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira, 15, que elevará em 30 pontos porcentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis e caminhões para as montadores que não cumprirem os requisitos que estão sendo estabelecidos hoje pelo governo. As montadores terão que utilizar no mínimo 65% de conteúdo nacional ou regional (Mercosul), investirem em pesquisa e desenvolvimento e preencherem pelo menos 6 dentre 11 requisitos de investimentos. 


Entre eles, Mantega citou montagem do veículo no Brasil, estampagem, fabricação de motores, embreagens e câmbio. O ministro disse que todas as empresas, em princípio, estão habilitadas, mas o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) terá 60 dias para certificar as montadoras que cumprirem os requisitos e, assim, manterem o IPI no patamar atual. "Para as empresas que preencherem os requisitos não muda nada", disse Mantega. "É uma medida que garante a expansão dos investimentos no Brasil, o desenvolvimento tecnológico e a expansão da capacidade produtiva no Brasil", completou. Mantega disse que a medida vale até dezembro de 2012.


Disputa


Mantega disse ainda que a crise internacional tem reduzido o número de consumidores de veículos no mundo, levando as montadoras a trabalharem com capacidade ociosa, o que tem levado à uma disputa de mercados. "O Brasil tem conseguido manter as vendas elevadas. Mas, hoje, o consumo está sendo apropriado pelas importações que estão acontecendo no País. Há um desespero. O consumidor está sofrendo assédio do produto internacional", disse Mantega para justificar a adoção das medidas anunciadas hoje para o setor automotivo. "Nós corremos o risco de exportarmos emprego para outros países", completou.


Mantega disse que o governo ficou preocupado também com as notícias de que a indústria automotiva está aumentando os estoques nos pátios e dando férias coletivas. "Essas medidas vão dar condições para que a indústria que gera emprego e inovação tecnológica continue se expandindo. O mercado brasileiro deve ser usufruído pelas empresas brasileiras e não pelos importados", afirmou Mantega.


Fonte:Estadão.com.br