sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Famílias exigem ações da Polícia

Cenário Frequentadores da Praça da Rua Benedicto Pinhal geram apreensão a moradores da Vila Cintra
Mariana Leal
O medo dos moradores da Rua Benedicto Pinhal, na Vila Cintra, em Braz Cubas, tem aumentado a cada dia. Há um mês, usuários e traficantes têm frequentado a praça que divide a via, principalmente de madrugada, e o intenso movimento tira o sono de jovens, adultos e idosos, por causa do barulho e também da falta de segurança. A situação chegou ao ponto crítico das famílias cogitarem a ideia de linchamento dos marginais, pois dizem que já perderam a paciência de esperar a ação policial. Mesmo assim, insistem que as autoridades atuem mais prontamente. Na tarde de ontem, um homem foi preso por porte de entorpecente no local e o caso teve registro no 2º Distrito Policial.


"Na madrugada de ontem (quarta-feira), dois homens começaram a discutir e por causa dos gritos, a maioria dos meus vizinhos começou a sair. Vimos que um deles puxou algo dentro da manga, enquanto o outro perguntava se ia apanhar com o cachimbo, pois ia revidar com outra coisa, e então partiu para cima com um canivete. Foi horrível, assustador. Mas nem por isso vimos uma viatura, algo que espantasse estas pessoas", lembrou a corretora Leia Godoy.


"A gente não pode trabalhar", disse Andréia do Nascimento Machado, que possui um salão de beleza no endereço. Para a cabeleireira, a sensação é de estar imobilizada, cercada dentro da própria casa. "Abro o salão de manhã e, quando vai chegando perto das 18 horas, tenho que finalizar o expediente, porque há muita gente estranha rondando, já iniciando as práticas ilegais e nem consigo esperar os clientes que chegam um pouco mais tarde. Estão prejudicando até meu negócio", desabafou.


Andréia conta, ainda, que a falta de segurança leva os pais a proibirem os filhos de brincar na praça até mesmo durante o dia. "Já vimos os traficantes passando drogas para crianças de 10 anos. Tememos até pela Escola Municipal, que existe no final da rua. É realmente perigoso", afirmou.


E o perigo chegou a invadir, por duas vezes, a casa de João Rodrigues, de 57 anos. O aposentado conta que já teve o botijão furtado e também a bolsa da mulher, em duas oportunidades em que os meliantes invadiram a residência dele. "Levamos um susto e, pelo que foi levado, nada muito caro, deduzimos que era para vender e depois comprar drogas. Nós estamos perdendo a praça, que usávamos para lazer. De um mês para cá, a baderna começou e acabou nosso sossego", ressaltou.


José Vicente Dias, 68, mora no local desde 1978 e se assustou quando tudo mudou de uma hora para outra. "Hoje (ontem) levantei às 2 horas da madrugada porque meu celular fazia barulho. Nisso ouvi gritos e percebi que, mais uma vez, estas pessoas desconhecidas estavam brigando. O mais complicado é a invasão de gente de fora, além da praça, também em terrenos baldios aqui do entorno e em casas sem moradores, mas que são vizinhas de outras residências onde vivem famílias com crianças e idosos. A sensação é de medo", destacou.


A bagunça durante a madrugada mantém Quitéria Maria dos Santos Rocha, 81, acordada a maior parte do tempo. Ela conta que a Polícia foi chamada e não veio, o que desesperou ainda mais os moradores. "Ninguém dorme, por causa dos gritos e por pensar que alguém entrará na sua casa para levar as coisas. Isso é, acima de tudo, uma falta de respeito das autoridades. Elas precisam tomar uma atitude", insistiu.


Procurado, o 17º Batalhão da Polícia Militar de Mogi das Cruzes informou que a região pertence à 2ª Companhia e que viaturas fazem a ronda no local. Contudo, devido às reclamações, iria determinar um aumento no patrulhamento.


Fonte:O Diário de Mogi