sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PSDB cobra explicações de Gleisi



POLÊMICA Mesmo exonerada, Gleisi pode receber multa de 40% sobre o FGTS, no valor de R$ 41 mil, além de sacar outros R$ 104 mil do fundo


BRASÍLIA
O PSDB fará uma representação na Procuradoria-Geral da República pedindo investigação sobre o acordo feito para a saída de Gleisi Hoffmann da diretoria financeira de Itaipu Binacional em 2006. Ela deixou o cargo para disputar uma vaga ao Senado, mas não foi "exonerada a pedido" e pode receber, pelo menos, R$ 145 mil. O diretor da empresa, Jorge Samek, diz ter demitido Gleisi porque ela desejava voltar ao cargo após a campanha.


Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou que a ministra fez um acordo para ser demitida em vez da "exoneração a pedido". Com isso, Gleisi pode receber a multa de 40% sobre o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), no valor de R$ 41 mil, além de sacar outros R$ 104 mil do fundo.


A exoneração foi publicada no dia 29 de março no Diário Oficial, dois dias antes do prazo para a desincompatibilização. O dinheiro entrou na conta de Gleisi quando ela já era pré-candidata, mas sua assessoria nega que o recurso tenha sido investido para esse fim A ministra também não quis explicar por que não pediu a exoneração. Quando deixou Itaipu, sua remuneração bruta era de R$ 31 mil.


O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), destacou que o cargo ocupado por Gleisi na estatal reforça a suspeita sobre o caso. "Como diretora financeira, ela pagou a si própria. Isso precisa ser investigado". Além da representação na Procuradoria-Geral da República, os tucanos pedirão a convocação da ministra na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.


Em entrevista à rádio CBN, o diretor-presidente da empresa saiu em defesa de Gleisi. Ele afirmou ter sido sua a decisão de demiti-la. Segundo Samek, Gleisi queria voltar para Itaipu depois da eleição e ele não concordava. "O sonho dela era fazer o licenciamento e disputar a eleição e, não sendo feliz na eleição, voltar. Então eu tomei a decisão. O diretor Jorge Samek falou: você vai e eu vou exonerar você. Sai, levanta teu fundo de garantia e vai, vai para tua campanha".


A oposição quer também esclarecer outra suspeita sobre a atuação da ministra. O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) protocolou um requerimento pedindo informações à Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República informações sobre voos realizados pela aeronave King Air da empreiteira Sanches Tripoloni no período entre 1º de janeiro de 2010 a 31 de julho de 2011.


É neste avião que os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) teriam viajado. Ela nega, enquanto Bernardo diz não se lembrar. Jordy pediu ainda informações sobre qualquer outro avião registrado em nome da empresa ou de seus sócios.


Fonte:O Diário de Mogi