sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PSD pode votar com governo, admite Kassab

Em tom quase governista, prefeito visita Dilma, no Planalto, e reúne-se com Sarney, no Senado


Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Mesmo pregando independência do governo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, peregrinou na quinta-feira, 18, por Brasília como um governista. De manhã esteve com a presidente Dilma Rousseff, no Planalto, onde avisou que não fará "oposição sistemática". À tarde, visitou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao qual afirmou que o PSD já tem 60 mil assinaturas além do necessário e seu registro deve ser pedido até segunda-feira.

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No café da manhã com a presidente, acompanhado de pelo menos 60 representantes de seu novo partido, o prefeito reiterou a posição de independência da sigla, explicando que ela "não fará oposição sistemática" e nem haverá "alinhamento automático". "Podemos ter convergências em questões que envolvam o futuro do País", disse Kassab.

O prefeito informou que a presidente não pediu apoio, foi "extremamente respeitosa" e "demonstrou entusiasmo" com a criação do novo partido, que nasce com 44 deputados e 2 senadores. "A presidente disse que a relação será republicana, respeitando as diferenças existentes", afirmou o prefeito. O deputado Júlio Cesar (PI) disse que a única ajuda que a presidente pediu foi para o enfrentamento da crise internacional, para evitar reflexos negativos na economia brasileira. "Ela disse que essa crise pode durar em torno de dois anos e que é preciso que todos trabalhem para que o Brasil não seja afetado" afirmou.

A visita à presidente foi o primeiro evento público do PSD. Com Kassab estavam os presidentes dos diretórios regionais, 39 deputados federais, um senador e outros integrantes.

Em junho, o presidente do PT-SP, Edinho Silva, ajudou a vetar uma resolução no partido que proibia alianças eleitorais com o PSD, Segundo o petistas, a ideia era atrair o PSD para a base de apoio de Dilma.

As alianças do partido nos Estados para as próximas eleições, segundo o prefeito, serão feitas "a partir de programas" - e portanto haverá alianças com partidos da oposição e do governo. Na Bahia, por exemplo, o PSD ficará alinhado ao PT de Jaques Wagner e, no Paraná, com o PSDB de Beto Richa.

Fonte:Estadão.com.br