sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PR pede tempo para decidir se volta à base

Após convite de Ideli, PR pede tempo para decidir se volta à base do governo

Denise Madueño, de O Estado de S.PauBRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff procura a reconciliação com o PR, o partido mais atingido na "faxina" implementada na Esplanada dos Ministérios. Na semana em que a presidente se reuniu com os partidos aliados e o PR declarou independência, coube à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, abrir a porta para a volta do partido à base. O convite, em nome do governo, não foi aceito nem rejeitado. O PR quer um tempo de "maturação" antes de responder se voltará a integrar a aliança que apoia Dilma no Congresso.


"Foi um gesto de valorização do partido. A partir desse convite, a discussão está aberta no PR, mas não há pressa para tomar decisão", afirmou o líder da sigla na Câmara, Lincoln Portela (MG), que se reuniu na sexta-feira, 19, com a ministra por uma hora, junto com o deputado Luciano Castro (PR-RR), vice-líder do governo.


A saída do PR da base foi anunciada na terça-feira, em discurso no Senado feito pelo presidente da legenda, Alfredo Nascimento (AM), ex-ministro dos Transportes que deixou o cargo na esteira das denúncias de suposto esquema de corrupção em funcionamento na pasta. Na quarta-feira, o PR na Câmara estreou na nova posição, votando contra a orientação do governo durante análise no plenário da medida provisória que muda a estrutura dos Correios.


Do total de 32 deputados que participaram da sessão, apenas Luciano Castro votou com o governo. Houve uma abstenção na bancada e 30 votos contrários aos que pretendia o Palácio do Planalto, mostrando a unidade dos deputados do partido. Essa votação foi citada na sexta-feira por Ideli no encontro com os deputados do PR.


Conversas. Na reunião, Portela lembrou a ministra que o partido tomou a decisão de sair da base e adotar uma linha de independência depois de várias conversas num período de 45 dias. Agora, esse mesmo processo terá de se repetir para avaliar se o partido voltará ou não para a base. "A decisão é colegiada", disse o líder da bancada.


Castro considerou a conversa com a ministra uma reaproximação, sem, no entanto, nada de muito concreto. Para contornar a insatisfação do partido, o deputado do PR afirma que será necessário um amadurecimento maior como governo. "É um começo, mas não significa muita coisa hoje", disse Castro.





Fonte:Estadão.com.br