domingo, 17 de julho de 2011

Polêmica: Regulamentação de flanelão é rejeitada por comerciantes

Para eles, problema não deixará de existir, pois outros assumirão a atividade de forma ilegal
Larissa Almeida
Da Reportagem Local
Guilherme Berti

Apesar das queixas de motoristas e comerciantes, flanelinhas atuam sem qualquer problema onde há grande concentração de carros
Comerciantes de áreas da região central do município tomadas por flanelinhas não querem a regulamentação da atividade dos guardadores de carros. Iniciativa nesse sentido foi colocada em prática na cidade de Taubaté. Em Mogi, a Câmara poderá discutir o assunto depois do recesso.


Uma dessas áreas com presença ostensiva de flanelinhas na cidade é a praça Dona Firmina Santana. Questionados sobre a possibilidade de regularizar a situação, vários lojistas disseram que não é viável tornar essa atividade uma profissão. Ainda com medo de represálias, os comerciantes do entorno da praça continuam não querendo se identificar. 
Mesmo que com uma regulamentação, na qual os flanelões passariam a ser cadastrados na Prefeitura, além de usar uniformes de identificação, o problema não vai deixar de existir, segundo os lojistas. Eles acreditam que o município não conseguirá fiscalizar a atividade e muito menos impedir a ação de quem não tem a situação regularizada. 
Próximo ao Mercado Municipal, a atividade também é muito exercida, já que vários veículos estacionam no local. Na rua Professor Flaviano de Melo (ao lado do Mercadão), onde um flanelão muito conhecido dos comerciantes atua, a regulamentação da atividade não é aceita pelos lojistas. Um comerciante da rua, que não quis se identificar, contou que não dá para fazer disso uma profissão, principalmente porque os flanelões não respeitam as pessoas. Ainda de acordo com esse comerciante, essa atividade é um abuso. Ele ressaltou que as pessoas já pagam uma taxa para estacionar na rua. 
A proprietária de uma oficina de costura, Adriana de Lemos Castro, 40, uma das poucas pessoas que aceitaram se identificar, afirmou que ao regularizar a situação dos flanelinhas, a tendência é de que a atividade cresça mais. Ela, que presencia diariamente a ação dos guardadores de carro que ficam nas redondezas do Mercado Municipal, disse que a Prefeitura encontrará também dificuldade para identificar os olheiros, pois a cada dia são pessoas diferentes que "tomam conta" dos automóveis. 
"É importante salientar que não conhecemos a índole dessas pessoas. A verdade é que todos têm medo deles. Para dar certo a regulamentação da atividade, eles precisariam passar por um treinamento", disse Adriana. 


Favoráveis
Algumas pessoas entrevistadas ontem foram favoráveis à regulamentação dos flanelões. A vendedora Jéssica Daiane de Oliveira, 19, ressaltou que, se os guardadores de carros estiverem uniformizados, as pessoas se sentirão mais seguras quando eles se aproximarem para olhar o carro. 
Para a professora Cristiane Targat, 43, regularizar seria uma opção para organizar o serviço oferecido nas ruas. Essa foi a mesma opinião do motoboy Jaconias Alves Santos: "Se for para ajudar os flanelinhas, é bom, afinal é o trabalho deles".


Segundo a presidente interina da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), Tânia Fukusen Varjão, caso o serviço seja organizado e regulamentado, a situação deve melhorar tanto para comerciantes quanto para consumidores. Também será preciso que haja fiscalização e que se tome cuidado para que os mogianos não paguem duas vezes pelo mesmo serviço, pois existem flanelões também em áreas de Zona Azul.


Fonte:Mogi News