domingo, 8 de maio de 2011

PSDB nega crise e elege Tobias

PSDB nega crise e elege Tobias

UNIDOS Serra, Alckmin e Aloysio Nunes vestem a camisa do PSDB e descartam existência de uma crise no partido que governa o Estado
SÃO PAULO
Em meio a declarações dos seus representantes mais conhecidos de que não há crise no partido, o deputado estadual Pedro Tobias foi escolhido ontem o novo presidente do PSDB de São Paulo. A composição da Executiva estadual da sigla, contudo, será definida apenas na próxima quinta-feira, em reunião marcada para às 19h na sede regional da legenda, na Capital, segundo informou o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), após reunião com lideranças da sigla na convenção estadual tucana, realizada na Capital.
O motivo do adiamento é o impasse em torno da secretaria-geral, disputada pelo atual secretário César Gontijo e pelo deputado federal Vaz de Lima. Um dos aliados de Alckmin, presentes na reunião realizada há pouco na Assembleia, informou que a bancada estadual abriu mão da primeira secretaria, a fim de que o cargo possa ser oferecido a um dos dois pleiteantes.
Ao saber da opção que seria oferecida, o atual secretário-geral do PSDB paulista, César Gontijo, disse que "está fora de cogitação" aceitar o cargo de primeiro secretário. Ele ressaltou, também, que vai insistir em sua recondução à secretaria-geral.
Na convenção, o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, negou que o PSDB esteja vivendo uma crise interna. "Não existe nenhuma crise no PSDB. O que existe de fato é o que existe em todos os partidos políticos no Brasil e em todo o mundo. Tem suas disputas internas, sua dinâmica interna, se não seria um corpo morto", disse.
Na avaliação de Goldman, a recente debandada de vereadores do PSDB paulistano é natural. Para ele, sempre existem grupos insatisfeitos, à exemplo do grupo que deixou o PMDB para fundar o PSDB em 1988. "Saímos do PMDB para fundar o PSDB", lembrou Goldman. Ele também rechaçou o termo 'purificação' do partido, cunhado pelo futuro presidente da legenda no Estado, deputado Pedro Tobias, em um artigo publicado no site da Assembleia Legislativa. "Essa palavra purificação é completamente desconexa, não faz parte do nosso discurso. Não tem nada de purificação ou higienização, é um processo natural de pessoas que saem e que entram. Vamos respeitar todos as que saem e os que entram."
Na avaliação do deputado federal Vanderlei Macris, que deve assumir a primeira vice-presidência da legenda em São Paulo, a suposta crise "está sendo mostrada muito maior do que ela é realmente". "Os partidos já tiveram este momento", destacou, exemplificando processos semelhantes ocorridos em outras legendas, como a cisão ocorrida no PT - que deu origem ao PSOL, a saída da ex-senadora e candidata derrotada à Presidência da República, Marina Silva (hoje no PV) e o próprio prefeito da Capital, Gilberto Kassab, que deixou o DEM para fundar o PSD. "O PSDB engasgou um pouco aí, mas já está com a primeira engatada, pronto para disputar 2012", emendou.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) é outro que negou que seu partido esteja enfrentando uma crise interna e disse que a legenda não pode "importar" um problema que pertence ao DEM. "Não vamos importar para dentro do PSDB uma crise que é do DEM. Não tem por quê", disse o senador.
Ele se disse favorável a uma estratégia única na oposição, onde os melhores colocados nas pesquisas para intenção de voto nos municípios, sejam alçados a candidatos naturais. Quanto à possibilidade de fusão do PSDB com o Democratas, Aloysio disse ser favorável a uma aproximação com o tradicional aliado.
"Sou a favor de uma aproximação cada vez maior, temos de ter uma estratégia de enfrentamento do governo do PT", disse. Ele acredita que a possibilidade de fusão deve passar primeiro por um processo de ampla discussão entre os correligionários das duas legendas. "Se houver fusão, será um processo."
Aloysio foi questionado também sobre uma possível aliança com o PSDB do prefeito Gilberto Kassab e disse acreditar numa negociação com a nova legenda. "Não considero o PSD nosso adversário, ele está fundamentalmente no nosso campo", afirmou.
Já o ex-governador José Serra (PSDB) afirmou que uma eventual fusão de sua legenda com o DEM, conforme citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é difícil até no longo prazo. Serra chegou à convenção acompanhado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Os dois chegaram no mesmo veículo.
O líder do PSDB no Senado Federal, Alvaro Dias (PR), avaliou como possível uma aliança entre seu partido e o PSD, recém fundado pelo prefeito da Capital, Gilberto Kassab, para as eleições gerais de 2014. O senador ponderou, contudo, que antes é necessário aguardar uma melhor definição dos rumos da nova sigla. "Uma aproximação eleitoral é possível", disse o tucano. "Mas nós não sabemos que partido será o PSD, se será oposição ou governo."

Fonte:O Diário de Mogi