domingo, 8 de maio de 2011

PM estuda mais bases na Região

PM estuda mais bases na Região

encontro Castro, diretor de Polícia Comunitária, recepciona perita
MARA FLÔRES
O subcomandante do Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPAM-12), tenente-coronel Kooki Taguti, informou que já foi determinado à direção dos três batalhões da Polícia Militar no Alto Tietê a indicação de outros locais na Região que possam receber novas bases comunitárias distritais do modelo "Chuzaisho", como a que funciona no bairro rural do Pindorama, em Mogi das Cruzes, e é a única de toda a Grande São Paulo. A ampliação deste tipo de unidade, que se caracteriza principalmente pelo fato do policial morar no local, assim como das bases comunitárias que atuam em áreas urbanas, é uma determinação do comando geral da PM e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), segundo adiantou o oficial durante visita da perita da Polícia Nacional do Japão, Akemi Shibuia, ontem, na Cidade.
"A orientação é ampliar as bases comunitárias distritais porque com um único policial você consegue fazer a segurança de uma área de 80 quilômetros quadrados. Isso é muito positivo já que o grande dilema nosso é efetivo", comentou o oficial, ao se referir ao modelo Chuzaisho. "E esse tipo de policiamento é favorável na Região devido a grande área urbana existente aqui. Imagine, por exemplo, instalar uma base dessa naquela região do Itapeti", acrescentou.
Ele não especificou um prazo para que os comandantes dos três batalhões da PM da Região – Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba - apresentem os estudos para implantação de novas bases, mas deixou claro que o modelo Chuzaisho só cabe em locais cujo histórico de ocorrências é baixo, já que o policial não pode ser colocado em risco - por isso, as regiões rurais são as mais indicadas - e onde há uma grande interação com a comunidade. Em lugares que fogem a essas características, a base comunitária tradicional é a mais indicada, ou seja, aquela que trabalha com um número maior de efetivo e que funciona 24 horas.
"Mas temos a ordem para ampliar também essas unidades. Aliás, alguns postos já estão sendo transformados em bases", destacou ele.
Diretor de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos da PM, o coronel Luiz de Castro Junior, informou que em todo o Estado de São Paulo há 52 bases comunitárias distritais, sendo que na Grande São Paulo, a unidade de Pindorama é a única existente. "Essa é uma experiência que deu certo porque o policial reside com a sua família na base e acaba tendo uma interação muito grande com a comunidade, o que aumenta a sensação de segurança", ressaltou o oficial, ao explicar que desde 2005 a PM de São Paulo mantém cooperação com o Japão para o policiamento comunitário.
"São dois modelos: o Kobam (troca de turno), que funciona nas bases instaladas em regiões urbanas, e o Chuzaisho (casa do policial), que é a base distrital. Em razão dessa parceria, três vezes por ano recebemos a visita de inspetores da Polícia do Japão para a troca de experiências e essa é a primeira vez que vem uma perita, o que muito nos interessa já que a PM conta com 10 mil policiais femininas", comentou o coronel.
Embora sejam 52 bases distritais em todo o Estado, Castro informou que apenas a de Mogi das Cruzes funciona em parceria com a vigilância comunitária, exercida por moradores do próprio bairro e que auxiliam o trabalho do policial. "Por isso, fizemos questão que a perita viesse conhecer a unidade do Pindorama", justificou.
E a experiência agradou a perita Akemi Shibuia, que disse ter ficado emocionada ao verificar o envolvimento da comunidade no trabalho executado pela PM para garantir a segurança e a tranqüilidade do bairro. "Transmitir essa realidade verificada aqui para o Japão vai ser muito importante porque, nos dias atuais, o vínculo das comunidades japonesas com o Chuzaisho está enfraquecido", avaliou a policial, cuja visita ao Brasil foi organizada pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).
Criada há cerca de três anos, mas inaugurada oficialmente em abril do ano passado, a base comunitária distrital do Pindorama responde pela segurança de uma área de 80 km2, onde vivem quatro mil pessoas. As estatísticas apresentadas ontem mostram que os registros de atitudes suspeitas e os acidentes de trânsito são as principais ocorrências. Ainda assim, os números mostram uma redução significativa nos casos de 2010 para 2011. As atitudes suspeitas, por exemplo, caíram de 9 para 2 e, os acidentes (incluindo atropelamentos) baixaram de seis para cinco. Os dados mais representativos estão nos casos de furto, invasão, roubo e tentativa de roubo. Os furtos, invasões e tentativas de roubo caíram 100%, enquanto que apenas um roubo foi registrado neste ano, contra dois de 2010.

Fonte:O Diário de Mogi