Pressionado, Palocci revela à PGR alta movimentação financeira após eleição
Ministro se antecipa a pedido de informações do procurador-geral sobre seu patrimônio e em documento explica que rescindiu contratos com empresas no final do ano passado; a Projeto tinha pelo menos 20 grandes clientes
19 de maio de 2011 | 23h 59
Fausto Macedo e Leandro Colon, de O Estado de S. Paulo
No centro da primeira turbulência política do governo, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, decidiu enviar um esclarecimento espontâneo à Procuradoria-Geral da República (PGR) para justificar as atividades econômicas da sua empresa, a Projeto Consultoria Financeira e Econômica Ltda., e o alto volume de recursos que recebeu no fim de 2010, após a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. O ministro foi o principal coordenador da campanha da petista.
Celso Junior/AE - 17.05.2011
Palocci: 70% dos contratos já estavam finalizados quando avisou que deixaria a atividade
Veja também:
DEM monta estratégia para tentar furar blindagem de Palocci na Câmara
PPS faz novo pedido de investigação no MP
DEM monta estratégia para tentar furar blindagem de Palocci na Câmara
PPS faz novo pedido de investigação no MP
No documento, que deve ser enviado nesta sexta-feira, 20 à PGR, Palocci informa que trabalhou para pelo menos 20 empresas, incluindo bancos, montadoras e indústrias, e que boa parte dos pagamentos foi concentrada entre novembro e dezembro do ano passado quando anunciou aos clientes que não mais atuaria no ramo de consultoria. Na ocasião, segundo a justificativa do ministro, pelo menos 70% dos serviços de consultoria e análises de mercado já estavam concluídos, o que explicaria o pagamento nesse período.
O faturamento milionário no fim do ano serviu para ajudar a comprar o apartamento de R$ 6,6 milhões num bairro nobre de São Paulo, cuja aquisição foi concluída em novembro.
Somente uma dessas empresas que contratou a Projeto, segundo fonte próxima ao ministro, fatura cerca de R$ 350 milhões por mês. Palocci se nega a divulgar o nome de seus antigos clientes, sob a alegação de que respeita cláusulas de confidencialidade e também mantém sob sigilo o valor faturado.
Fonte:O Estado de S.Paulo