quinta-feira, 5 de maio de 2011

Não ao aterro: Lixão prevê apenas 50 empregos por 18 anos


Não ao aterro
Lixão prevê apenas 50 empregos por 18 anos
Outro impacto do aterro: só na fase de implantação são estimadas 2,4 mil viagens de caminhões para a realização das obras e serviços no local
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Divulgação

Vocação do Taboão está ameaçada pela instalação de aterro que irá criar poucos empregos diante do tamanho do empreendimento
O aterro sanitário da Queiroz Galvão irá gerar apenas 50 empregos nos 18 anos e sete meses de operação caso a implantação em Mogi seja aprovada. O dado consta no Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). O número equivale a uma média de 2,6 empregos anuais. Apesar do tamanho e do impacto do empreendimento que a construtora pretende instalar no distrito do Taboão, o número de empregos gerados é pequeno se comparado, por exemplo, com o Centro de Distribuição da Gerdau, anunciado na última semana e que empregará pelo menos 300 pessoas a partir de janeiro próximo.

No total, serão 101 vagas de emprego criadas pelo aterro sanitário. As outras 51, no entanto, estão restritas aos seis meses que levaria o processo de implantação do empreendimento. Além disso, somente 15% das pessoas entrevistadas para a pesquisa de percepção sobre o aterro citada no documento vêem como positiva a geração de empregos. O documento diz que "como a percepção sobre o empreendimento é extremamente negativa, a expectativa de geração de empregos fica ofuscada pela insegurança quanto à sua implantação". Os números vão contra o estimado pela administração municipal de que 30 indústrias possam se instalar no Taboão nos próximos cinco anos, gerando milhares de empregos.

Para os moradores que vivem nas proximidades da área onde pode ser implantado o aterro, outro fator pode ser problemático: o movimento que o empreendimento vai causar. Conforme consta no EIA/Rima, apenas na fase de implantação são estimadas 2,4 mil viagens para a realização das obras e serviços no local. Será um total de 18 viagens feitas por caminhões, em média, durante 131 dias, passando pela estrada da Aparecidinha, único acesso à área do aterro.
Já na fase de operação, este número subirá para 86 viagens levando o lixo doméstico e outras 56 carregando os resíduos industriais, o que equivale a 142 idas e vindas diárias. Apesar disso, o estudo revela que no que se refere aos trechos de circulação de veículos, as "modelagens identificaram uma elevação muito pequena de ruídos".
O EIA/Rima também aponta para a necessidade de "intervenção" em 13,84 hectares de áreas de preservação permanente, 18,39% de toda a área diretamente afetada. O documento traz uma ressalva ao informar que estas áreas estão, "em sua maior parte", desprovidas de cobertura vegetal natural. "Somente 5,63 hectares encontram-se recobertos por vegetação nativa, sendo a maior parte (8,21 hectares), recoberta por reflorestamentos e pastagens".

Fonte:Mogi News