sexta-feira, 27 de maio de 2011

Lixão: "Fiesp deve explicar sua posição às indústrias de Mogi", diz prefeito

Lixão:
"Fiesp deve explicar sua posição às indústrias de Mogi", diz prefeito
Beratiolli criticou a postura da entidade no Consema e afirmou que a reunião serviu para mostrar quem é quem
Jamile Santana E
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Adriano Vaccari
A reunião do Consema aconteceu na última quarta-feira, 25, em São Paulo e contou com a presença de representantes de Mogi e advogados da Queiros Galvão, que pleiteia a instalação do aterro no Taboão
Questionado sobre uma possível tentativa de encontro com representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na região para questionar o voto contrário à prorrogação por 90 dias da audiência público do lixão durante a reunião de anteontem do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), o prefeito Marco Bertaiolli (DEM) foi taxativo ao dizer que a entidade é que tem que explicar às indústrias da cidade porque representa os interesses da Queiroz Galvão. Ontem, a postura da Fiesp foi criticada pela Associação Gestora do Distrito do Taboão (Agestab) e não caiu bem nos quatro cantos da cidade.

"Estamos trabalhando contra o aterro porque ele poderá ser instalado em um distrito industrial e a Fiesp vai lá e, alem de dar voz à empreiteira, defende uma construtora indo contra os interesses da GM (General Motors, localizada no Taboão), por exemplo. Quem tem que se explicar é o Paulo Skaff, presidente da Fiesp. Eles que tem que procurar Mogi e dizer porque defende interesses particulares contra os das indústrias que ela deveria representar", disse o prefeito.

Ainda de acordo com o Bertaiolli, a reunião de quarta-feira serviu para conhecer quem é quem dentro do Consema. "Essa votação foi de prorrogação do prazo, mas muito mais que isso. Fez todo mundo botar a cara para fora. Tava todo mundo com o pescoço escondido. Agora nós sabemos quem representa o que. Sabemos que a Fiesp está do lado da Queiroz Galvão", diz.

A Agestab criticou o posicionamento da Federação. Segundo o diretor da associação, Roberto Azevedo Amado Júnior, a Fiesp está mal informada. "Se ela votou contra Mogi, estamos contra a entidade. Em nenhum momento fomos consultados. Eles não sabem o que acontece em Mogi e se facilitar a aprovação do aterro em um distrito industrial, quer dizer que a administração está sendo influenciada pela empreiteira e que tem interesses próprios", destacou. O diretor destacou que atualmente o distrito do Taboão, onde a Queiroz Galvão quer instalar o aterro sanitário, possue em funcionamento 33 indústrias que mantém mais de 4 mil funcionários, além de novas seis empresas em fase de construção e outras sete em processo de licenciamento na Prefeitura de Mogi. "A instalação de um aterro no Taboão vai fazer nosso polo industrial virar um cemitério. A GM, por exemplo, já deixou claro que se o empreendimento for mesmo instalado, irá reduzir significativamente sua produção", destacou.
A General Motors do Brasil respondeu em nota: "Acompanhamos o assunto e aguardamos uma definição que permita a continuidade dos nossos investimentos no município".

Fonte:Mogi News