sábado, 26 de novembro de 2016

Risco Prefeitura de Ferraz terá que demolir Centro de Convenções

Laudo apresentado pela Falcão Bauer aponta que é mais barato derrubar a estrutura do que tentar recuperá-la
O segundo laudo técnico sobre a situação do Centro de Convenções de Ferraz de Vasconcelos recomendou a demolição de toda a estrutura que recebeu verba do governo federal e poderia funcionar como teatro e um espaço para eventos culturais, na Praça dos Trabalhadores, no centro.
O resultado foi apresentado pelos técnicos da empresa Falcão Bauer, que analisaram estruturalmente o local durante o período de 90 dias. A conclusão reforçou o que havia sido apontado inicialmente pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), cujo parecer também era pela demolição.
Só que o próprio relatório do IPT recomendava que a Prefeitura de Ferraz contratasse uma empresa para fazer uma segunda avaliação. A Falcão Bauer, com notória especialização na área, venceu a licitação.
O prefeito em exercício, José Izidro Neto (PMDB), recebeu o relatório com 119 folhas dos três representantes da Falcão Bauer na manhã de ontem, junto com os secretários e técnicos da Prefeitura de Ferraz, no gabinete.
Estiveram presentes o coordenador de unidade da Falcão Bauer, engenheiro Edvar Pegoretti; o coordenador técnico da empresa, Denis Valença, e o engenheiro Fausto Favali, especializado em estrutura.
Agora com o segundo laudo que aponta na mesma direção do indicado pelo IPT, o prefeito Izidro encaminhará a documentação ao Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União (CGU) e ao governo federal que efetuou repasse de verba para a obra, além da Justiça local para providências. A equipe de transição do prefeito eleito José Carlos Fernandes Chacon (PTB), o Zé Biruta, também receberá cópia deste documento.
Mais barato
A conclusão do relatório aponta que será mais barato demolir a estrutura do que refazê-la, já que se concluiu que o maior problema é a falta de resistência. Num dos trechos, o concreto FCK mínimo em obras é de 20 MPA, mas o usado foi de apenas 8,5 MPA. Além disso, 70% das ferragens usadas na obra são menores ou estão inadequadas com as normas técnicas. As lajes em material pré-moldado também precisariam ser demolidas, pois não são do projeto original, que previa lajes maciças. Foi constatado ainda que o piso do teatro aquartelado não foi feito.
"Portanto, o que está lá não serve e a prefeitura vai gastar mais para reforçar isso baseado nas nossas experiências com estrutura", esclareceu Favali. Segundo ele, não dá para estimar quanto custaria demolir e quanto custaria reforçar, pois o laudo avaliou a parte técnica e não a projeção sobre o custo financeira da obra. Além disso, o reforço na estrutura modificaria todo o projeto inicial, pois teria que retirar o concreto, as lajes e as ferragens inadequadas. O relatório da Falcão Bauer complementou o estudo do IPT, já que o órgão não havia feito o memorial de cálculo para avaliar cada material usado na construção. 
Após a explanação sobre o laudo, o prefeito Izidro afirmou que ainda tinha a esperança de que seria possível fazer o reforço e fortalecer as colunas, mas que o resultado do segundo laudo apontou a gravidade do problema. "Será preciso demolir e vamos enviar este parecer calcado em dois laudos técnicos para informar as autoridades", declarou. 
Depois deverá ser aberta licitação para contratar empresa que ficará responsável pela demolição da estrutura, que corre o risco de cair e machucar alguém que eventualmente esteja dentro dela.

Izidro e secretários receberam laudo de membros da empresa que fez a análise

Izidro e secretário receberam laudo de membros da empresa contratada para fazer avaliação
 
Fiscalização será ampliada no local
Para reforçar a vigilância nas imediações e evitar o acesso ao Centro de Convenções, que já conta com tapumes em sua volta, a Guarda Civil Municipal (GCM) vai ampliar a fiscalização. Placas sinalizando que a área apresenta risco ao pedestre também serão colocadas no local. A recomendação é que a distância segura de recuo do prédio seja de até cinco metros.
O Centro de Convenções começou a ser construído na gestão do ex-prefeito Jorge Abissamra (PSB), que já responde à ação civil e criminal na Justiça Federal, junto com secretários supostamente envolvidos na época. O inquérito que originou a ação apurou que uma empresa foi contratada e fornecia as notas fiscais pelo serviço, que era, porém executado pela Frente de Trabalho do município. O processo para apurar e responsabilizar os culpados está em andamento.
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Fonte:Mogi News