sexta-feira, 27 de junho de 2014

O 'sim' de Kassab a Alckmin

Um dia após declarar apoio à chapa Dilma-Temer na disputa presidencial, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab recolhe apoio em seu partido para dizer "sim" ao convite de Geraldo Alckmin (PSDB) para disputar uma vaga no Senado pela coligação que tentará reeleger o governador tucano.

Na noite desta quinta-feira (26), Kassab afirmou ao Blog que é majoritária no PSD a corrente que quer fechar a aliança com Alckmin, embora o partido tenha recebido o mesmo convite por parte do PMDB de Paulo Skaff.

"Fortalece no partido a tendência pela aliança com o PSDB", ressaltou Kassab.

Segundo o ex-prefeito paulistano, o PSD já decidiu que será o nome dele que será oferecido para disputar uma cadeira no Senado, e não o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que chegou a ser citado como candidato a um cargo majoritário.

Kassab disse ainda que, neste cenário, o PSDB não lançaria a candidatura de José Serra ao Senado. "Do contrário, eu não seria candidato; o Serra é meu amigo", enfatizou.

Assim, Geraldo Alckmin amplia sua aliança na disputa à reeleição, tendo como vice Márcio França, do PSB de Eduardo Campos, e, para o Senado, Gilberto Kassab, declarado apoiador da reeleição de Dilma Rousseff.

Aliados de Alckmin retomaram a campanha em favor da indicação de Serra para ser vice na chapa de Aécio, mas o presidenciável tucano, até agora, não declarou qual será sua escolha.

Aécio já convocou o PSDB para uma reunião em Brasília, na próxima segunda (30), às 11h, para fazer a indicação de seu candidato a vice, mas ele não revelou quem será o escolhido.

No páreo estão o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), como um nome paulista que iria acompanhar de perto a campanha de Alckmin a fim de assegurar o espaço com exclusividade para Aécio; e a ex-presidente do STF Ellen Gracie. 

O nome do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) já teria saído da lista de cotados para a vaga de vice de Aécio, uma vez que ele poderia ser candidato ao Senado – decisão que ainda não foi anunciada na chapa tucana do Ceará.

Quinta-feira, 26/06/2014, às 19:50, por Cristiana Lôbo
Mudando o foco
Nenhum parlamentar ou representante de partido esteve na posse dos novos ministros – Paulo Sérgio Passos, nos Transportes e Cesar Borges, na Secretaria dos Portos – embora os dois tenham filiação partidária. A orientação foi da presidente Dilma Rousseff, que quis dar caráter administrativo à troca de ministros.

"Ninguém está deixando o governo. Neste momento nós estamos fazendo uma pequena reorganização no time que toca a infraestrutura logística no governo", justificou  a presidente logo no começo do discurso.

Não é segredo para ninguém que esta mudança no ministério, faltando seis meses para o fim do mandato, foi provocada por pressão política do PR, partido que ameaçou deixar o palanque de Dilma Rousseff para se aproximar de Aécio Neves e para ele entregar o precioso tempo de televisão de 1min12seg de manhã e à tarde.

Escaldada pela decisão do PTB que, de surpresa, deixou o barco governista para se atracar com a oposição de Aécio Neves, Dilma pode ter ficado contrariada com a pressão, mas cedeu e fez a troca cobrada pelos políticos.

No discurso, ela quis demonstrar que o governo não terá prejuízo ou descontinuidade de ação, a esta altura. “Eu queria dizer que o César Borges, o Paulo Sérgio Passos e o Antonio Henrique são três técnicos altamente competentes, três servidores públicos, três cidadãos cuja eficiência, dedicação e ética são notórias”, disse.

Não há dúvidas de que é outra Dilma, bem diferente daquela que no primeiro ano do mandato não se curvou a pressões políticas e até deixou de nomear ministro escolhido (Sérgio Cortes, para a Saúde, por exemplo) porque a escolha vazou antes de sua determinação. Desta vez, o PR não foi à festa da posse, mas fez a escolha do ministro dos Transportes. A comemoração deve vir depois.

Quarta-feira, 25/06/2014, às 21:39, por Cristiana Lôbo
Uma vitória de Joaquim
Ao negar o pedido para cumprimento domiciliar de José Genoino, o Pleno do Supremo Tribunal Federal assegurou uma vitória ao (ainda) presidente da Casa e ex-relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa. Ao mesmo tempo preservou aquilo que é considerado "regra de ouro" na Suprema Corte: não apontar o dedo para o julgador.

Foi isso o que fez o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, ao confrontar Barbosa, quando pediu que o presidente do STF colocasse na pauta o pedido de prisão domiciliar para seu cliente. Acabou derrotado. E, na sessão de hoje, assim como Joaquim, Pacheco não compareceu. A defesa de Genoíno ficou a cargo de outro advogado que atua no caso, Cláudio Alencar.

O argumento apresentado por Barroso foi o de que em Brasília há mais de uma centena de presos que pedem o benefício da prisão domiciliar por questão de saúde, mas não recebem o benefício. E recordou que Genoino sempre defendeu princípios republicanos e que nem a condenação pela Ação Penal 470, o mensalão, apaga sua história em defesa destes princípios.

No caso de José Dirceu, Barbosa foi derrotado. O Pleno autorizou que ele trabalhe fora antes do cumprimento de um sexto da pena.

Quarta-feira, 25/06/2014, às 11:50, por Cristiana Lôbo
Dilma define troca de ministro dos Transportes para atender PR
Depois de rodada de conversas na manhã desta quarta-feira (25), a Presidência da República vai divulgar uma nota oficial em breve confirmando a saída de César Borges do Ministério dos Transportes e a substituição dele por Paulo Sérgio Passos, atual presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal da área de logística vinculada ao ministério.

Essa mudança visa atender pressão do PR, que ameaçou deixar a base do governo para apoiar Aécio Neves (PSDB).  

Borges será transferido para a Secretaria Nacional de Portos, que atualmente está sob comando de Antonio Henrique Pinheiro Silveira, ex-secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. A secretaria de Portos era do PSB, que deixou o governo após a definição da candidatura de Eduardo Campos.

O PR tem direito a um minuto e 12 segundos de propaganda eleitoral pela manhã e um minuto e 12 segundos à tarde.



Terça-feira, 24/06/2014, às 21:29, por Cristiana Lôbo
Governo espera o apoio do PR
Depois de uma reunião com o deputado Anthony Garotinho (RJ) e com o senador Antonio Carlos Rodrigues, o ministro Aloízio Mercadante ficou certo de que o PR vai apoiar a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff e garantir o tempo de televisão para a propaganda eleitoral da petista – 1min12seg de manhã e 1min12seg à noite.

"Isso está resolvido", assegurou o ministro, enquanto acompanhava a presidente Dilma na convenção do PROS, onde ele se sentou ao lado de Garotinho, que também visitava a convenção.

O que não está resolvido é como isso vai se dar: uma parcela do PR quer a troca do ministro César Borges, dos Transportes. Mas a presidente Dilma resiste em substituir o ministro, a quem tem feito elogios pelo desempenho no comando da pasta no período das concessões de estradas. É aí que vai se dar o duelo: Dilma quer manter Borges; e parcela do PR garante que o ministro não representa o partido e quer a troca. 

No PR, o que se diz é que o acordo prevê que a presidente Dilma troque Cesar Borges por Paulo Sérgio Passos – o antecessor que saiu por pressão do mesmo PR.

Para o lugar de Paulo Sérgio, atual diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística, iria o representante do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) em Goiás, e Cesar Borges seria acomodado em outro cargo no governo, até mesmo o Ministério do Planejamento.


Terça-feira, 24/06/2014, às 11:46, por Cristiana Lôbo
Sarney, a última raposa
Há 59 anos na política, o senador José Sarney (PMDB-AP) retornou do Amapá nesta segunda-feira (23) decidido a se aposentar da vida pública e não disputar a reeleição para o Senado em outubro. A decisão de "pendurar as chuteiras políticas" foi comunicada à presidente Dilma Rousseff nesta segunda, durante uma carona de Sarney no avião da Presidência da República, retornando da capital do Amapá para Brasília.

Ele justificou à petista que iria se aposentar em razão de problemas de saúde de sua mulher, a ex-primeira-dama Marly Sarney. Nos bastidores, no entanto, ele confidenciou a aliados que está com receio de sofrer uma derrota nas urnas.

Há três meses, o ex-presidente da República já havia manifestado a aliados que havia desistido de tentar mais um mandato no Senado. Porém, no último mês, ele começou a se movimentar na direção contrária, tentado pavimentar a candidatura.

No passado, Sarney já falou várias vezes sobre o desejo de encerrar a longeva carreira política, mas sempre acabou recuando na última hora. A diferença desta vez, segundo interlocutores do senador, é que ele estaria avaliando que teria dificuldades de obter os votos necessários para se reeleger.

Durante a cerimônia de inauguração de um conjunto habitacional em Macapá (AP), nesta segunda, Sarney foi vaiado toda vez que seu nome era mencionado no sistema de som do evento. A solenidade também contou com a presença de Dilma.

Segundo a assessoria do senador do PMDB, ele não vai emitir uma nota oficial para anunciar a decisão. A eventual saída de Sarney do cenário político encerra a dobradinha Sarney e Renan, que tem comandado o Senado desde 2003, quando Lula assumiu a chefia do Palácio do Planalto.

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SOBRE A PÁGINA
Cristiana Lôbo é jornalista e acompanha a política brasileira há mais de 30 anos. Trabalhou no Jornal O Globo por 13 anos, foi responsável pela coluna de política do Estadão por seis anos. Hoje é comentarista de política da GloboNews e âncora do Programa Fatos e Versões, sobre os bastidores da politica, economia e Judiciário em Brasília.

Fonte:Cistiana Lôbo