Em criseMarialva desiste de presidir Banco de Olhos
Engenheiro explicou que acúmulo de dívidas na entidade o levou a repensar sobre o retorno à direção da entidade que ele ajudou a criar
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Rubens Marialva: "É praticamente inviável assumir a presidência do Banco de Olhos neste momento"
O engenheiro aposentado Rubens Marialva não deve mais assumir a presidência do Banco de Olhos de Mogi das Cruzes. O anúncio oficial da desistência do cargo - que estava certo até duas semanas atrás, segundo apurou o Mogi News, e chegou a ser publicado na coluna Contracapa, no fim de semana - será feita durante assembleia ordinária da diretoria, marcada para a próxima segunda-feira, dia 26. Ontem pela manhã, Marialva esteve na Redação do Mogi News e explicou que o acúmulo de dívidas da entidade, entre outras pendências de gestões anteriores, o levaram a repensar sobre o retorno ao comando da entidade que ajudou a fundar em 1992.
"Tem muita coisa em jogo. Não é apenas assumir a presidência. Quando recebi o pedido, fiquei muito balançado porque é uma entidade que ajudei a criar, na qual atuei por anos como voluntário e que, com muita garra, consegui alguns doadores de córneas. Não há emoção maior do que testemunhar uma pessoa que nunca enxergou na vida ver as primeiras imagens. É como um milagre. Porém, há questões administrativas que tive de avaliar e ainda estou avaliando. Mas da forma como está, é praticamente inviável", justificou, referindo-se à dívida da entidade junto à Prefeitura de Mogi.
Marialva, que está com 66 anos, e já atuou em várias outras entidades assistenciais, entre elas o Lions Clube e a Amoa não quis citar valores, mas prometeu apresentar, na próxima semana, um relatório detalhado da situação financeira do Banco de Olhos. Contudo, segundo apurou o Mogi News, o Banco de Olhos tem, hoje, um passível com a Prefeitura de mais de R$ 60 mil, além de dívidas trabalhistas, entre outras pendências.
No mês passado, após assembleia, o então presidente João da Cruz Braga Junior pediu demissão do cargo. Na oportunidade, segundo ele, a dívida do Banco de Olhos chegava a R$ 50 mil. Ao ser questionado sobre os valores, Rubens Marialva respondeu: "Vou apresentar tudo na assembleia. Lá, tudo será esclarecido, inclusive sobre a nova diretoria", desconversou.
Aliás, com a desistência de Rubens Marialva - e sem nenhum outro nome para a presidência - tudo indica que o Banco de Olhos está prestes de fechar. Caso isso aconteça, Mogi e demais municípios do Alto Tietê dependerão do Banco de Olhos de Sorocaba, o maior do País, porque uma córnea que for retirada em solo mogiano vai para Sorocaba e quando um morador da região precisar do órgão, ela fará o caminho de volta, num processo que pode levar até seis dias.
Fonte:Mogi News
