segunda-feira, 6 de agosto de 2012

‘Genoino é alvo de conceito nazista’



‘Genoino é alvo de conceito nazista’
SEG, 06 DE AGOSTO DE 2012 18:11
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Para advogado, Genoíno está sendo acusado por ter sido presidente do PT / Foto Arquivo

Qualificando o esquema do mensalão como "fantasioso" e "invenção", o advogado Luiz Fernando Pacheco pediu nesta segunda-feira (6) a absolvição pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do ex-presidente do PT José Genoino, que atualmente é assessor no Ministério da Defesa.
Pacheco desqualificou a denúncia do Ministério Público e disse que a acusação usou conceito nazista. Segundo ele, Genoino só virou um dos 38 réus do mensalão porque foi presidente do PT, em 2003, no início do governo Lula.
"Ele [Genoino] não é réu pelo que fez ou deixou de fazer, mas é reu pelo que ele foi [presidente do PT]. A denúncia não faz individualização de conduta, redunda na responsabilidade objetiva. É o direito penal nazista [...]. Foi presidente do PT, então tem que ir para a cadeia", disse.
Pacheco negou compra de votos de políticos e partidos para apoio ao governo Lula e disse que o PT apenas fez empréstimos para quitar dívidas da campanha presidencial de 2002 e débitos dos diretórios estaduais.
Para a defesa de Genoino, a tese de compra de votos não se sustenta porque os empréstimos foram negociados antes do início da composição da base governista no Congresso.
Citando depoimentos de outros réus, ele disse que ficou claro que seu cliente deixou nas mãos do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares a solução para as dívidas do partido e que ao assumir a presidência do PT deixou claro que não trataria de questões financeiras.
De acordo com ele, o comando do PT tinha "delegado o caminho mais adequado para solução de problemas" financeiros. "Marcos Valério disse que nunca tratou empréstimos com Genoino."
O petista é tratado pelo Ministério Público como o interlocutor político do mensalão tratando do apoio de partidos ao governo Lula, como o PP. Ele é acusado de formação de quadrilha e corrupção passiva.
Nervosismo
Após apresentar a defesa na tribuna, Pacheco admitiu que ficou nervoso durante sua argumentação aos ministros. "Nervosismo é natural em todo e qualquer julgamento. O advogado sabe que uma palavra sua pode ser fundamental para o destino de um cidadão que lhe confiou a sua sorte", afirmou.
Ele evitou corroborar com a tese de que houve caixa dois de campanha e não compra de votos. "Eu não sei se houve caixa dois de campanha, eu sei que mensalão não existiu."
Pacheco negou compra da base aliada ao governo Lula. "O secretário de finanças buscou a melhor solução, que foram esses empréstimos. Ele negociou com os bancos, ele negociou os termos dos contratos e coube ao Genoino, por obrigação estatutária, assiná-los com ele."
"Esse é um julgamento porque alguns deputados receberam valores, talvez de maneira irregular, mas não valores para votarem de acordo com interesses do governo, e sim valores referentes a acordos financeiros de campanha política", completou. (Folhapress)

Fonte:O Diário de Mogi