segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Defesa de Delúbio aponta caixa 2



Defesa de Delúbio aponta caixa 2
SEG, 06 DE AGOSTO DE 2012 18:15
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Advogado de Delúbio Soares reforça a tese de que houve caixa 2 e não pagamento a parlamentares / Foto Arquivo

Responsável pela defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o advogado Arnaldo Malheiros Filho disse nesta segunda-feira (6) aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que a prova contra seu cliente "é pífia, é esgarçada, é rala"
Ele reforçou a tese dos réus de que houve, na verdade, caixa dois para pagar dívidas da campanha de 2002 e não compra de apoio político.
Malheiros Filho foi o terceiro advogado a falar na sessão desta segunda do julgamento do mensalão. Antes dele falaram os defensores do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino. Os três, segundo a denúncia, compunham o núcleo político do esquema.
Para a defesa, a linha do Ministério Público Federal de que houve compra de apoio de políticos e partidos para compor a base de apoio do governo Lula (2003-2010) no Congresso não se sustenta.
"O dinheiro era ilícito, ele [Delúbio] não se furta de responder. Ele operou caixa dois, era ilícito, mas não corrompeu ninguém. Não tinha em função interna essa atribuição de obter maioria parlamentar."
O advogado disse que a ideia de compra votos não pode ser comprovada, uma vez que a relação entre saques e votações importantes mostram derrotas do governo. "Se houve traição, o PT poderia dizer que foi traído feliz. Quanto mais traído, mais dinheiro mandava. Não houve essa relação", disse o advogado, que usou levantamento feito pelo deputado Odair Cunha (PT-MG) para sustentar a tese no tribunal.
Malheiros Filho afirmou ainda que não pode existir uma quadrilha nos moldes do que foi retratado pelo Ministério Público e que isso, no mínimo, seria estranho.
E completou: "Como em qualquer democracia sólida do mundo, o governo conquista sua base aliada com a partilha do poder. Não com dinheiro", disse. (Folhapress)

Fonte:O Diário de Mogi