sábado, 14 de abril de 2012

Visita a Mogi: Secretário antecipa atendimento aos pacientes de câncer no Luzia


Com informação dada ontem, doentes praticamente não terão que sair de Mogi para continuar o tratamento
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Secretário estadual e autoridades do município estiveram no Hospital Luzia de Pinho Melo, que passará a atender pacientes com câncer
O secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, prometeu ontem antecipar a oferta de consultas, cirurgias e tratamento de câncer para os pacientes do Alto Tietê. A partir do mês que vem, o Hospital Luzia de Pinho Melo passará a realizar consultas, cirurgias e quimioterapia para os pacientes da região. Além disso, dentro de um prazo de oito meses, isto é, até dezembro deste ano, deve ser inaugurado o setor de radioterapia no hospital, com isso, pacientes não terão mais de viajar até a capital para passar pelo procedimento no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). 
A promessa inicial do governador Geraldo Alckmin (PSDB) era de que apenas as consultas de oncologia passassem a acontecer em maio e, num prazo de três a quatro meses, fossem iniciados os serviços de quimioterapia. Procedimentos de radioterapia, que necessitam de um tempo maior para compra e instalação de equipamento, além de autorizações de órgãos federais para operar, estavam previstos para somente em 2013, ou seja, com prazo de espera de até 12 meses. Até terça-feira desta semana, quando concedeu entrevista à Rádio Metropolitana, Giovanni Guido Cerri tinha estabelecido que os pacientes do Alto Tietê que necessitassem de radioterapia antes de 2013, seguissem até o Icesp para dar continuidade ao tratamento de câncer. 
Ontem, porém, ao visitar o Luzia de Pinho Melo e diversos órgãos da Imprensa da cidade, o secretário anunciou a antecipação dos prazos: "Vamos agilizar o processo para tratamento de câncer em Mogi. Nas próximas semanas, mais tardar no início de maio, haverá oncologistas no Hospital Luzia de Pinho Melo para consultas ambulatoriais e também serviço de quimioterapia. As cirurgias de câncer, que já são realizadas no hospital, devem ser ampliadas. Já o tratamento de radioterapia, que requer um tempo maior para compra e instalação do equipamento, será implantado até o fim do ano", garantiu.


Ele também confirmou o investimento de R$ 10 milhões para o hospital mogiano ter o serviço pleno de câncer. 
O secretário, porém, contestou a informação apresentada pelo médico oncologista Flávio Isaías Rodrigues, em recente entrevista ao Mogi News, de que 6 mil pacientes estariam ou necessitariam em breve do procedimento radioterápico. Quando Rodrigues deu esta informação ao jornal, a Secretaria de Estado da Saúde foi procurada pela reportagem, mas não apresentou números que comprovassem ou refutassem a colocação do fundador do Hospital do Câncer em Mogi. "Existem, atualmente, 900 pacientes em tratamento de câncer na região, dos quais 30 realizam tratamento com radioterapia. É um número pequeno se comparado ao volume de pacientes atendidos, bem menos de 10%", contestou Cerri. 
Isaías rebateu as críticas alegando que o número é verdadeiro e teria sido apresentado como projeção pelo próprio governo do Estado. O secretário de Saúde, porém, voltou a afirmar que auditoria feita no Hospital do Câncer é tácita no que diz respeito às irregularidades encontradas e que a decisão de solicitar o descredenciamento ao Sistema Único de Saúde é irrevogável. "O resultado do relatório é tão gravíssimo, de inúmeras irregularidades, que se fôssemos divulgar todo seu conteúdo, ficaria ainda pior para o Hospital do Câncer de Mogi", disse Cerri.


O prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) concorda com a postura de Giovanni Cerri. "O Estado não tinha problema de serviços de oncologia, isso ocorreu porque o prestador deste serviço na cidade não o fez direito. O problema caiu no colo do governo do Estado, que agora está resolvendo trazendo todo o serviço para o Hospital Luzia de Pinho Melo", comentou.


Fonte:Mogi News