Entre vereadores e muares, só podia mesmo voar pena...

 

Como todo bom caipira, o governador Geraldo Alckmin ainda conserva hábitos comuns entre moradores do Vale do Paraíba, como livrar-se da gravata e desabotoar o colarinho, sempre que se sente à vontade, entre amigos. Foi assim, sexta-feira, na TV Diário: logo após a entrevista ao vivo para os apresentadores Dino Rodrigues e Sandra Redivo, ele sentou-se de frente a um grupo de políticos que lá estava e para três bandejas com pastéis de carne (seu favorito), queijo e palmito, retirou e dobrou a gravata vermelha, entregando-a para uma assessora, e foi logo puxando assunto com o jornalista Tirreno Da San Biagio, o "Toti", sentado a seu lado. Sem se preocupar de falar sobre obras ou política, optou pelo bom papo, falando do jornal de sua terra, o "Tribuna do Norte", fundado em 1882 por uma tradicional família de Pindamonhangaba, que acabou encampado pela Prefeitura. Entre outras histórias, ele lembrou-se que a publicação tinha, entre outras, uma coluna chamada "Só Pena Que Voa...", cujo titular comentava dos principais fatos políticos da Cidade. E foi justamente nessa época que a Câmara de Pinda aprovou projeto de lei concedendo aposentadoria aos "muares da Prefeitura". Ou seja: os burros e assemelhados, a serviço do Município, teriam direito a se aposentar após 12 anos de trabalho, sendo levados para uma fazenda municipal, onde nada mais fariam, além de desfrutar do bom pasto, sombra e água fresca. O colunista estrilou com as benesses e mandou ver: "A lei é flagrantemente inconstitucional. Os nobres edis legislaram em causa própria." Voou pena para todos os lados...


Fonte:O Diário de Mogi