terça-feira, 3 de abril de 2012

Mogi-Dutra pode mudar de nome


Júlia Guimarães

A Mogi-Dutra (SP-88), atualmente denominada Rodovia Pedro Eroles, poderá ter o nome alterado em uma extensão de 12,7 quilômetros, localizados dentro do Município de Mogi das Cruzes. É possível que a estrada, no trecho que corta toda a Serra do Itapeti e se tornou um dos símbolos da Cidade, receba o nome do ex-prefeito Waldemar Costa Filho, responsável pela construção da via. A proposta é do deputado estadual André do Prado (PR) e já encontra-se em tramitação na Assembleia Legislativa. O texto está em análise pelas comissões da Casa e não há ainda uma previsão para votação. Para que a proposta seja aprovada, no entanto, serão necessárias várias manobras políticas já que o texto, a princípio, é considerado inconstitucional.
A SP-88 recebeu sua primeira denominação em janeiro de 1982, após a promulgação da lei estadual número 3.216, de autoria do ex-deputado Ivan Espínola de Ávila, natural de Santos e já falecido. Ele nomeou como "Rodovia Professor Alfredo Rolim de Moura" toda a extensão da estrada, que começa na Dutra, em Arujá, e termina na Tamoios, no Vale do Paraíba. Mais tarde, em 1996, o então deputado estadual Junji Abe (PSD) conseguiu aprovar a lei 9.368, que deu o nome de Pedro Eroles ao trecho inicial da rodovia, que possui aproximadamente 19 quilômetros e é popularmente chamado de Mogi-Dutra.
Agora, em fevereiro deste ano, o deputado André do Prado propôs uma nova mudança. No projeto de lei apresentado por ele, a Mogi-Dutra manterá o nome Pedro Eroles em uma pequena extensão, entre os quilômetros 32 e 38,3, localizados em Arujá. Já a partir do território mogiano, pouco antes da chegada ao entroncamento da Ayrton Senna, a Rodovia passaria a chamar-se Waldemar Costa Filho. "A ideia é fazer uma homenagem merecedora ao político que foi responsável pela construção dessa estrada fundamental para o desenvolvimento de Mogi das Cruzes", afirmou o deputado.
Para André do Prado, a alteração do nome da Rodovia é legal. "O que não pode ser feito é uma mudança integral. Mas, nesse caso, estamos propondo a mudança apenas em um trecho da Rodovia. Até porque não é elegante tirar o nome de uma família para trocar por outro. Nós não queremos isso. O nome Pedro Eroles será mantido em um trecho e o do Waldemar Costa Filho poderá ser dado ao outro. Estou propondo uma homenagem simbólica, mas importante. A partir de agora, farei um trabalho político junto às comissões para conseguir a aprovação do projeto".
Na justificativa do projeto de lei, André do Prado apresentou um breve resumo dos quatro mandatos cumpridos por Waldemar Costa Filho à frente da Prefeitura de Mogi das Cruzes e deu destaque para grandes obras como a Mogi-Bertioga e a própria Mogi-Dutra. A proposta encontra-se atualmente em tramitação nas comissões de "Constituição, Justiça e Redação" e "Transportes e Comunicação". No site da Assembleia ainda não há os pareceres disponíveis para análise. Mesmo que passe no plenário, no entanto, é grande a possibilidade de veto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), já que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) considerou a mudança irregular (leia mais nesta página).
Histórico
A Rodovia Mogi-Dutra foi construída por Waldemar Costa Filho em seu primeiro mandato, entre 1968 e 1972. A obra tornou-se necessária depois que a Rodovia Presidente Dutra foi inaugurada, deixando Mogi das Cruzes totalmente isolada. O ex-prefeito abriu a estrada para garantir acesso rápido dos mogianos à Capital e ao Rio de Janeiro. O Governo do Estado fez toda a pavimentação e assumiu a manutenção da nova via. A duplicação do trecho mogiano ocorreu apenas entre 2002 e 2005 e foi feita na primeira gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) à frente do Governo. Na época, Junji Abe era o prefeito. A implantação das pistas duplas até Arujá é aguardada e prevista para ocorrer até o final do atual mandato de Alckmin.


Fonte:O Diário de Mogi