terça-feira, 3 de abril de 2012

Situação é crítica na Santa Casa


DANILO SANS
Com 14 recém-nascidos internados, a UTI Neonatal da Santa Casa de Mogi das Cruzes atingiu ontem o maior índice de lotação desde o início da crise nas maternidades da Região, há cerca de duas semanas, quando um "movimento atípico" desestabilizou o setor. A superlotação atingiu até mesmo os leitos de isolamento da Santa Casa. Com isso, todas as gestantes de alto risco que derem entrada na unidade terão de ser encaminhadas a outros hospitais da Região. Até o final da tarde de ontem, no entanto, nenhuma transferência havia sido feita, apesar da solicitação de remoção de três mulheres em gestações de risco. Novamente, a entidade também procurou o Ministério Público para relatar a gravidade da situação.


A capacidade de abrigar recém-nascidos de alto risco e prematuros foi totalmente esgotada, já que os nove leitos disponíveis na UTI estavam todos ocupados. Os outros bebês foram alojados nos cinco leitos de isolamento do hospital, ou seja, não há vagas nem mesmo para casos extremos.


"Pudemos lançar mão desses cinco leitos de isolamento porque temos recursos da própria UTI Neonatal para isso. Esses leitos, como o próprio nome diz, são para casos especiais, que deveriam ser utilizados em outras ocasiões. Agora, estamos trabalhando no limite", informou o diretor assistencial da Santa Casa, Paulo Toledo.


O médico ainda chamou atenção para a dificuldade enfrentada para a transferência por meio da central de regulação de vagas do Estado. "Estamos aguardando a remoção de três gestantes de alto risco que deram entrada no hospital. É preferível que isso seja realizado antes do parto, já que há a possibilidade do bebê precisar de cuidados especiais em UTI. Se a criança nasce bem, não tem problema, mas se há algum imprevisto, vamos entrar numa situação crítica", alertou.


Na semana passada, a entidade protocolou um documento no Fórum de Mogi das Cruzes detalhando as dificuldades no atendimento às gestantes de alto risco e bebês prematuros que necessitam de cuidados na UTI Neonatal, situação que foi reforçada ontem pela direção do hospital. O promotor responsável pelo caso, Fernando Lupo, disse que ainda analisava as informações.


A Secretaria de Estado da Saúde, responsável pela Central de Regulação da Oferta de Serviços da Saúde (Cross), confirmou a demanda da Santa Casa. Apesar de dizer que o pedido está sendo analisado, a Pasta informou que tem dado prioridade às solicitações de hospitais que não contam com o serviço de UTI, já que nos últimos 15 dias houve um aumento de aproximadamente 25% na transferência de bebês e gestantes na Região, em razão de movimento atípico nas maternidades da Santa Casa de Mogi, Hospital Santa Marcelina, de Itaquaquecetuba, e Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, Dr. Osiris Florindo Coelho.


Fonte:O Diário de Mogi