quarta-feira, 14 de março de 2012

Dia infernal Problemas voltam a se repetir no centro


Ruas foram alagadas, carros invadidos pela água e pessoas ficaram ilhadas numa tarde horrível
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Amilson Ribeiro
 
Nas imediações da praça Kazuo Kimura, no Mogilar, trânsito ficou completamente parado ontem
A chuva que caiu sobre Mogi das Cruzes no fim da tarde de ontem causou diversos problemas a pontos distintos da cidade, mas, principalmente, ao centro. Uma cena que sempre se repente em dias de temporais. Ruas foram alagadas, carros invadidos pela água, pessoas ilhadas, praças inacessíveis e congestionamentos quilométricos.


O ribeirão Ipiranga voltou a transbordar. O resultado de tanta água foi o alagamento da rua Tenente Manoel Alves dos Anjos, que ficou completamente intransitável. Quem se aventurou passar pela enxurrada, na maioria das vezes, via o carro parar no meio da enchente ou desistia na metade do caminho. As pessoas a pé não se arriscaram tanto. "Já liguei pra casa e avisei que hoje chegarei tarde", disse a empregada doméstica Isadora Menezes Salitero, 37. A cena vista na avenida se repetiu na Praça da Bandeira e em muitas vias em torno do ribeirão transbordado.


Assim como as inundações, o descontentamento de novamente ver aquela situação era comum na tarde de ontem. Reclamações se misturavam a lamentações pela perda do carro ou pelo comércio que precisou ficar fechado por algumas horas. "Isso sempre acontece. Basta chover um pouco mais forte para tudo ficar cheio de água", lembrou o zelador Milton Siqueira Luiz, 44. "Não sei se o meu carro vai voltar a funcionar", frisou Siqueira, após empurrar o automóvel para fora da enchente.


Não foram somente os motoristas mogianos que tiveram que dobrar a dose de paciência para suportar o trânsito completamente parado nas avenidas e ruas que cortavam o centro. Além dos problemas corriqueiros, como atrasos, excesso de baldeações e superlotação, os usuários do trem tiveram que enfrentar novas dificuldades geradas desta vez pelo temporal. As composições ficaram por cerca de 20 minutos sem percorrer o trecho entre Mogi das Cruzes e Estudantes. Consequência do alagamento dos córregos que passam entre os trilhos que ligam as estações. "Chegar em casa está difícil hoje", disse o motoboy Geraldo Augusto da Silva, 29, que aguardava o ônibus no ponto próximo da estação de Mogi das Cruzes. A frase deve ter sido dita por muita gente ontem. O trânsito no centro também gerou dezenas de pequenas colisões, nenhuma com gravidade.


As ocorrências poderiam ser ainda maiores no centro da cidade caso não houvesse o piscinão do Parque Santana. O volume de água foi tanto que ele chegou a atingir 8 metros de altura, equivalente a 80 milhões de litros, apenas um metro da capacidade máxima. 


Avenida
A avenida Carlos Ferreira Lopes foi uma das muitas vias da cidade que registraram alagamentos. Os veículos foram impedidos de continuar a viagem pela pista. Muitos automóveis aguardaram no escoamento, o que causou um gigantesco congestionamento. Alguns motoristas enfrentaram a água e o resultado foi carros quebrados.


A preocupação na tarde de ontem também foi com a incidência de raios. Um recente levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que a cidade está em 32º lugar no ranking de raios. Segundo o estudo, Mogi recebe, por ano, 13,2 descargas elétricas por quilômetro quadrado. Na região, o município está em 6º lugar, atrás de Itaquá, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano e Arujá, locais onde a incidência é ainda mais preocupante. A população deve evitar espaços abertos em dias de fortes temporais para evitar os acidentes que muitas vezes podem ser fatais.


Fonte:Mogi News