sábado, 3 de março de 2012

Caso Yoshifusa Acusado de matar irmãs almoçou com a família no dia do crime


Testemunhas revelaram detalhes do dia em que as jovens foram assassinadas na própria casa, na Vila Oliveira
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Rita e Nelson Yoshifusa chegaram emocionados ao Fórum ontem para prestar depoimento sobre o assassinato de suas duas filhas
Quase quatro meses depois do assassinato das irmãs Renata Yoshifusa, de 21 anos, e Roberta Yoshifusa, de 16, na Vila Oliveira, cinco testemunhas foram ouvidas pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, Gióia Perini, durante a primeira audiência de instrução e julgamento do pintor Antonio Carlos Rodrigues Júnior, o Tartaruga, assassino confesso das jovens. Ele também seria ouvido ontem, mas será interrogado em uma nova audiência. Foram ouvidos os pais das jovens, Rita e Nelson Yoshifusa, além da empregada da família, Marlene Pereira Leme da Silva, e do limpador de piscina da casa, Nelson Leão Venceslau. Os dois foram os últimos a sair do imóvel, momentos antes do crime, e afirmaram em depoimento que o assassinato foi premeditado. 
A primeira a entrar na sala da audiência foi Rita, que não teve condições de prestar depoimento e foi retirada do local. "Eles colocaram a advogada de defesa deste monstro para sentar do meu lado na hora do depoimento, eu não aguentei. Não o vi, mas sei que ele estava a três metros de distância de mim, sendo protegido pela polícia. Se eu pudesse olhar na cara dele, perguntaria o que fizemos para ele que justificasse ter sido tão cruel com as minhas filhas", disse Rita.


O segundo a ser ouvido foi Nelson Yoshifusa. O depoimento durou pouco mais de uma hora. Ele falou sobre a relação do pintor com a família e chorou após sair do Fórum. Na chegada ao Fórum, ele disse: "Espero que isso sirva de alerta para a sociedade. Para não confiarem nas pessoas de fora como nós confiamos. Eu queria que ele ficasse a vida toda na cadeia e mesmo assim não amenizaria a minha dor. Se eu ficasse de frente com ele, perguntaria: por que fez isso com a minha família? Tenho pena da alma dele. Todos os dias, quando acordo, a primeira coisa que me vem à cabeça é a aquela cena horrível das minhas filhas mortas no chão".


A terceira pessoa a ser ouvida foi Marlene. Ela disse que, no dia do crime, Tartaruga chegou à casa dos Yoshifusa por volta das 9 horas para pintar os fundos da residência. Ao meio-dia, se sentou à mesa com a família e almoçou. "Até aí, ele estava normal, conversando, brincando com as meninas". À tarde, ele foi com a Rita até um lava-rápido buscar o carro da família e teria voltado alterado. "Ele estava muito nervoso, pedi para ele recolher uns jornais do chão, que ele tinha usado para forrar o piso, e ele me respondeu com grosseria, dizendo que não estava num bom dia. Depois, fui para o segundo andar da casa, deixei Roberta dormindo e, quando desci a escada, ele estava no computador da sala, vendo um site pornográfico. Ele nem se incomodou com a minha presença, só me olhou feio. Fiquei com medo e fui embora´".


Já o limpador de piscina disse que Tartaruga ligou para Renata perguntando a que horas a jovem chegaria em casa. "Ele estava muito estranho naquele dia, inquieto. Ouvi ele falando no celular com Renata, perguntando a que horas ela ia para casa. Era comum ele ficar sozinho com as meninas", contou.


Fonte:Mogi News