domingo, 11 de março de 2012

Assistência Social Fórum quer república para jovens carentes


Serviço da Assistência Social já existente em cidades com menor porte que Mogi prepara o jovem para a vida após ele completar os 18 anos
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Integrantes do Fórum Municipal da Criança e Adolescente se reuniram na Câmara de Mogi para discutir a criação de uma república
Integrantes do Fórum Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ameaçam recorrer à Justiça para garantir que o poder público implante um centro de atendimento social aos adolescentes carentes. O grupo, formado em sua maioria por integrantes da sociedade civil como psicólogas, assistentes sociais, advogadas além de conselheiras tutelares reivindica a implantação de uma "república", um serviço de alta complexidade da Assistência Social que prepara o jovem para via independente, após completar 18 anos e de ter passado vários anos e uma casa abrigo. Atualmente, segundo levantamento feito por representantes dos conselhos tutelares da cidade, existem 26 adolescentes distribuídos em cinco abrigos que estão nessas condições. "Muita gente pode pensar que não, mas trata-se de algo muito preocupante. Os abrigos ficam por muitos anos com crianças e adolescentes, que ao completarem 18 anos, têm de ser obrigados a seguir o próprio rumo, sem eira nem beira, isto é, sem qualquer tipo de preparo ou orientação para se autossustentar. Existem políticas e equipamentos para atender esses adolescentes, em outras cidades bem menores que Mogi e com demanda bem menor", destacou uma das integrantes do grupo, a psicóloga e ex-presidente do Conselho Tutelar de Mogi das Cruzes, Mônica Marques dos Santos. 
Ontem, ela e outras dez mulheres e homens, que participam do grupo de discussão em redes sociais da Internet se encontraram, pela segunda vez no ano, na Câmara Municipal para traçar estratégias a fim de pressionar o poder público a investir neste e outros serviços para o bem-estar da criança e do adolescente. Mônica citou o caso ocorrido no município, de um adolescente que se tornou um morador de rua porque saiu de um abrigo ao completar 18 anos, e não tinha para onde ir.


A decisão unânime do grupo de recorrer à Defensoria Pública decorre, segundo as integrantes, da falta de ação do Conselho Municipal de Defesa da Criança e Adolescente (CMDCA). "Por pelo menos três vezes tentamos inserir o tema, em pauta das reuniões do conselho para que o problema fosse levado ao prefeito (Marco Bertaiolli - PSD). A mais recente, no mês passado, o pedido foi encaminhado de um ofício pedindo urgência na discussão. Nada foi dedicido. Agora não nos resta outra alternativa que solicitar novamente esta discussão no CMDCA, mas também à Defensoria Pública e Ministério Público para que, se necessário, ingressem contra uma ação contra administração municipal para se posicionar sobre o assunto´, relata a advogada Hebe Amaral. Representantes do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente estiveram na Câmara ontem, mas não se manifestaram sobre este assunto. 
Outra discussão colocada na pauta de ontem foi a necessidade de serviços, no município, de assistência às crianças e adolescentes dependentes de álcool e drogas, o chamado CAPS-AD. "Hoje, o município ´exporta´ os casos mais graves. Isto é, pagam para tratamento e internação em clínicas de outros municípios e que não têm um acompanhamento de parentes ou dos Conselhos Tutelares. Isso não pode continuar assim", reforça Mônica Marques.


Fonte:Mogi News