terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Graça promete lealdade a Dilma


RIO

Numa cerimônia em que ficou evidente a forte ligação entre Dilma Rousseff e a nova presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, a executiva assumiu o cargo declarando "gratidão e fidelidade incondicional" à presidente da República. Diante de uma plateia formada por 11 ministros de Estado, oito governadores, senadores, deputados e dezenas de executivos do setor, Dilma se permitiu, inclusive, encerrar seu discurso com um gracejo: "Agora, é tudo contigo, Graciosa".


Graça não buscou, durante a solenidade, detalhar planos de gestão, o que preferiu fazer em entrevista coletiva após o evento. No breve discurso político, destacou que dará continuidade ao trabalho de seu antecessor, José Sergio Gabrielli. Sem citar o peso da União sobre as ações da estatal, prometeu manter um diálogo "de prosperidade junto ao controlador", mas tratou de afagar o capital privado ao afirmar que irá manter o foco nos resultados dos acionistas minoritários.


No momento em que agradecia o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chorou e chegou a interromper o pronunciamento para recuperar o fôlego. Fez questão de lembrar que será a primeira mulher no mundo a comandar uma empresa de petróleo do porte da Petrobrás e disse que sua vida se confunde com a da estatal.


"Somos quase da mesma idade", disse a engenheira química, de 58 anos. Afirmando que, após 30 anos de empresa, reconhece o crachá da companhia como sua própria identidade, ela lembrou sua passagem por diversas áreas da empresa e recordou o ingresso na companhia ainda jovem, "com calça jeans e camiseta vermelha". Na plateia, a filha, Flávia, citada no discurso - assim como a mãe, a neta e o marido - chorava copiosamente.


Gabrielli despediu-se do cargo com um discurso de 52 páginas, no qual destacou dez pontos de sua gestão, entre eles o marco regulatório do pré-sal e a declarada autossuficiência na produção de petróleo. Mas, fez a ressalva de que "só perdemos para nossas próprias metas", ao referir-se ao fato de a Petrobrás vir registrando, nos últimos anos, produção aquém das metas divulgadas pela empresa para cada período.


Encerrou declamando versos de músicas de Gonzaguinha, Paulinho da Viola e de Daniela Mercury, baiana como ele, como um preâmbulo de seu futuro político na Bahia.


Fonte:O Diário de Mogi