sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Susto na madrugada Intuição de mãe salvou vida de crianças


Prevendo que algo ruim ocorreria, mulher afastou cama dos filhos de parede que, de madrugada, caiu
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Carla: "Graças a Deus, não estava colocando meus dois dos meus filhos para dormir naquela cama"
Carla Barreto dos Santos tem 32 anos e três filhos, "meninos sapecas", como descreve, de 3 a 9 anos. Além de ser muito trabalhadora, Carla também é muito intuitiva. Ela não sabia, mas foi graças a um pressentimento que salvou a vida de dois filhos das consequências de um deslizamento de terra que atingiu sua casa na madrugada de ontem. 
Ela mora com os filhos e o marido em uma casa de três cômodos na rua Palestina, no Botujuru. Construíram o imóvel em um terreno invadido há quatro anos, em uma área que, apesar de plana, é cercada por um grande barranco com quase três metros de altura até o nível da rua. Ontem, o barranco veio ao chão e derrubou o muro do quarto da família. 
Um desastre maior só não aconteceu porque três dias antes do incidente Carla escutou a chuva forte começar, olhou para a cama encostada na parede e pensou: "É melhor eu tirar as crianças dali". Três dias depois, a surpresa desagradável: a parede caiu e a terra invadiu o quarto. "Acordei assustada, no escuro, com o barulho do muro e a terra entrando na minha casa. Achei que tudo ia cair. Na hora só pensei que, graças a Deus, não estava colocando meus dois dos meus filhos para dormir naquela cama, se não agora estaria chorando a morte deles", comentou. Os filhos estão a salvo na casa de vizinhos. Acordaram assustados, mas não entenderam muito bem o que estava acontecendo. 
A família mora na casa há quatro anos e diz que o barranco já havia dado sinais de que iria desabar. Há pouco mais de um mês, a terra avançou um pouco sobre a casa. "Também tenho vizinhos que perderam quase tudo no ano passado, eu deveria ter imaginado que isso poderia acontecer aqui também", contou a mulher.


Com os pés inevitavelmente sujos de lama, Carla acompanhou durante todo o dia o trabalho de avaliação de risco da Defesa Civil. "Desde a hora que o muro caiu, só sei andar pela casa sem saber para onde vou, e como vou evitar que minhas coisas sejam roubadas se eu sair daqui". A família terá que deixar o local até que um muro de contenção seja construído para impedir novos deslizamentos. "Vou tirar meus filhos daqui, mas não saio da minha casa por nada", disse Carla, enfrentando o medo.


Fonte:Mogi News