Moradores foram surpreendidos com desbarrancamento em dois bairros ontem. Por sorte, não houve feridos
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Deslizamento em razão da chuva constante afetou imóveis durante a madrugada; a Defesa Civil fez vistorias e interditou cinco diante do risco de desabamento
Deslizamentos de terra na madrugada de ontem provocaram a interdição de cinco casas na Vila Nova União e no Botujuru. Pelo menos 20 pessoas estão desabrigadas, mas ninguém ficou ferido. Durante toda a manhã de ontem, a Defesa Civil de Mogi trabalhou na avaliação de risco dos imóveis, que ainda ameaçam cair.
O primeiro desmoronamento foi registrado no Botujuru, na rua Palestina, por volta das 2 horas. Na casa que fica bem abaixo do nível da rua, moram um casal e três crianças. O barranco deslizou e derrubou a parede do quarto das crianças. No local ficava uma cama, onde duas delas costumavam dormir. Há três dias, a mãe, Carla Barreto dos Santos, de 32 anos, decidiu mudar o local onde os filhos dormiam, evitando uma tragédia.
A família não tem parentes em Mogi e terá de ficar em abrigos até conseguir um novo local para morar. Apenas parte da parede da casa caiu sobre os móveis e a cama. Pedaços de concreto ficaram pendurados e com grandes rachaduras, e ameaçam a cair a qualquer momento. A Defesa Civil interditou o local.
Outro deslizamento assustou os moradores da Vila Nova União. Por volta das 6 horas, os moradores da rua Armando Maritan escutaram um grande estrondo. "Só deu tempo de pegar meus dois filhos e sair correndo", disse Sueli Santos, de 30 anos, que morava em uma das casas atingidas. Parte do terreno, da escadaria e do muro de contenção construído em uma das casas cedeu, deixando os moradores de mais três casas ilhados no alto do morro. A equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para ajudar as famílias a deixar o local. Ninguém ficou ferido.
"Como medida preventiva, evacuamos o local e interditamos cinco residências para melhor avaliação dos profissionais da Prefeitura de Mogi" explicou o tenente Reinaldo de Almeida, do Corpo de Bombeiros. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Mogi, Valdir de Oliveira, no caso da Vila Nova União, um dos moradores construiu um muro de contenção e fez uma perfuração no morro justamente em época de chuva, quando este tipo de obra não é recomendado. "A princípio interditamos cinco imóveis, mas um deles não corre risco, então mantivemos a interdição em apenas quatro deles. O morador que estava realizando a obra vai ter que procurar um profissional qualificado para dar andamento na reforma. Só depois disso ele poderá voltar a morar no imóvel", explicou.
A Defesa Civil de Mogi também vistoriou alguns barracos na Chácara Guanabara ontem. Apesar do alagamento, não foi preciso retirar as famílias do local.
Fonte:Mogi News