sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Deslizamento Encosta na Vila Oroxó é desocupada


A Defesa Civil identificou uma grande movimentação de terra na área, o que aumenta risco para os moradores
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Mayara de Paula

Depois da saída das famílias, os imóveis são demolidos para que não voltem a ser ocupados
A Prefeitura de Mogi das Cruzes deu início na tarde de ontem ao processo de desocupação das 36 famílias que moram na encosta da Vila Oroxó, localizada na rua Ofélia Cirino Malozze. Das 36 casas, que totalizam 140 pessoas, 11 delas correm risco iminente de deslizamento e os moradores precisam deixar a área de forma urgente. 
A Defesa Civil identificou uma grande movimentação de terra e, por isso, o prefeito Marco Bertaiolli (PSD) determinou a desocupação imediata da área, que possui cerca de cinco mil metros quadrados e pertence ao município. 
Apesar do perigo, apenas uma moradora deixou o local ontem. Duas casas existentes no terreno, uma delas vazia, foram demolidas por funcionários da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. Seis famílias prometeram sair durante esta sexta-feira e as casas também serão destruídas, para evitar novas ocupações. Moradores de dois imóveis não se posicionaram se aceitariam a ajuda da Prefeitura e apenas uma família se negou a sair. Os trabalhos de convencimento e de remoção continuarão hoje, a partir das 8 horas.


A prioridade momentânea foi dada para as 11 moradias, que estão próximas do local onde foi detectada a movimentação de terra. No entanto, as 36 famílias terão de deixar o local no menor prazo possível. Todas as famílias da encosta da Vila Oroxó foram comunicadas da decisão de sair do terreno na manhã de ontem, em uma reunião convocada pela coordenadora de Habitação da Prefeitura, Dalciani Felizardo. 
No encontro, ela esclareceu às famílias que elas passarão a receber, em um prazo máximo de duas semanas, o benefício do Programa Aluguel Solidário, que concede R$ 540 mensais ao titular do cadastro, para que eles possam arcar com os custos de uma moradia provisória. As famílias têm também a opção de ficar alojadas em casas de parentes e a Prefeitura garante a mudança dessas pessoas, com caminhão e mão de obra no transporte. Quem não tiver onde se abrigar, a Prefeitura coloca a disposição a Escola Municipal Monteiro Lobato, na Ponte Grande.


Os moradores da Vila Oroxó estão inscritos no programa Minha Casa, Minha Vida e serão contemplados com unidades habitacionais do empreendimento Bromélia, em César de Souza, que conta com 280 unidades e tem previsão de entrega para daqui a 90 dias. Porém, como precaução, o prefeito solicitou a saída imediata de todas as famílias. "A Vila Oroxó é hoje a mais preocupante área de risco que temos na cidade e, com essa identificação da Defesa Civil, não tínhamos mais como manter essas pessoas lá", explicou Bertaiolli. Ele garantiu que se for preciso entrará com uma liminar na Justiça pedindo a reintegração de posse. 
A primeira moradora a sair foi Deuzina de Jesus Leão, de 49 anos, que se abrigou na casa de parentes no distrito de Jundiapeba. Deuzina morava sozinha e contou que adquiriu a casa há quatro anos por R$ 12 mil. Ela ficou emocionada ao ver a demolição. "É difícil ver aquilo que conseguimos construir com tanto sacrifício ser destruído, mas entendo que vivo em uma área de risco e em breve terei minha casa em um local seguro e regularizado", disse.


Fonte:Mogi News