domingo, 8 de janeiro de 2012

Em Mogi 250 pessoas ainda moram em favela


A Favela do Cisne, a última que resta na cidade, está perto de ser extinta, pois receberá investimentos este ano
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Em Mogi das Cruzes, depois de programas de reurbanização, só resta a Favela do Cisne, que reúne 250 pessoas que vivem em barracos e com pouca infraestrutura
Os investimentos em reurbanização de bairros da periferia de Mogi das Cruzes trouxeram resultados positivos e uma mudança significativa no modo como os habitantes se instalam na cidade. 
A extinção das favelas é um exemplo deste avanço: há dez anos, a cidade abrigava milhares de famílias que habitavam moradias construídas de forma irregular, erguidas com materiais inapropriados e desprovidas de recursos higiênicos e de saneamento. Há alguns anos, eram quatro em Mogi: Favela da Banana, em Brás Cubas, próxima ao Córrego dos Canudos; Favela do Gica, na Vila Estação; Favela da União, na Vila Nova União, Divineia, na Vila Natal e a última sobrevivente, a Favela do Cisne, perto da Ponte Grande.


Na Favela do Cisne, muito próxima de ser extinta, vivem cerca de 36 famílias, pouco mais de 250 pessoas. São dezenas de barracos construídos com pedaços de madeira, telhas, lâminas de metal, e outros materiais pouco convencionais. Na maioria dos barracos, o chão é de terra batida. Nenhum barraco tem mais de três cômodos (aliás, as "casas" deste tamanho têm maior valor na hora da venda, chegam a R$ 5 mil). São cozinhas pequenas, e salas que são quartos também. Os móveis da maioria são bem velhos, pois já enfrentaram mais de três enchentes. Até dezembro, parte das famílias vai trocar os barracos de madeira por apartamentos em Jundiapeba. Com estas medidas, pouco a pouco, a favela vai sendo extinta. 
Tatiana Silva Santos, de 20 anos, é uma destas moradoras que mal conseguem esperar o dia da mudança. Ela está grávida de seis meses e mora com o marido e os dois filhos em dois cômodos. Ela vive em um dos únicos barracos que tem piso no chão da cozinha, mas são os móveis que não agradam a dona de casa. "Meus armários estão todos velhos, pobres, de tantas vezes que entrou água dentro de casa. Ninguém gosta de morar aqui moça, quero ir para o meu apartamento novo e começar uma vida mais digna o mais rápido possível", contou.


A família veio da Bahia e descobriu a favela em Mogi porque um dos parentes já morava por aqui. Apesar de viverem com um salário mínimo, a família tem TV nova, DVD, aparelho de som e um carro na garagem. "Só não tenho mais coisa porque entram em casa e roubam. Este também é o motivo de eu não sair do meu barraco e ir para abrigos em épocas de chuva. Se eu deixar a casa, quando voltar não terá mais nada", contou.


Fonte:Mogi News