domingo, 8 de janeiro de 2012

Censo: 4 mil famílias não têm saneamento


Apesar disso, pesquisa realizada pelo IBGE revela que aumentou o número de casas ligadas à rede de esgoto
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Tatiana, 20 anos, está grávida e mora com o marido e os filhos em dois cômodos de um barraco
Em dez anos, o número de famílias com domicílio permanente na cidade, atendido por serviços de saneamento considerados adequados, cresceu 4,3% em dez anos em Mogi das Cruzes, segundo dados do Censo Demográfico 2010. 
De acordo com a pesquisa, o índice de casas ligadas à rede geral de esgoto ou fossa séptica, com água da rede e lixo coletado direta ou indiretamente pelos serviços de limpeza subiu 78,4% da população em 2000, para 81,8% em 2010. 
O número de famílias sem acesso ao saneamento básico caiu de 17,1% em 2000 para 3,2% da população nos dez anos seguintes. 
Ainda assim, a pesquisa mostra que 4.128 famílias mogianas ainda não possuem acesso a estes serviços. As com renda mensal de até R$ 255 dominam o volume de famílias que vivem em condições de saneamento consideradas inadequadas.


Outros 22%, ganham apenas R$ 180 por mês. Há ainda uma parcela de 7% da população que ganham R$ 70 de renda domiciliar, e vivendo em situação de extrema pobreza, também não tem acesso a estes serviços. 
"Aqui em casa já entrou cobra durante a enchente do ano passado. Direto tem ratos e baratas. A condição higiênica é zero mesmo. Estou com um filho internado com infecção. A situação é preocupante", disse Sabrina Mota Arantes, de 18 anos, que mora desde 2009 na Favela do Cisne.


A coordenadora de Habitação de Mogi das Cruzes, Dalciani Felizardo, destacou a importância de incluir estas famílias em programas de habitação, como o Minha Casa, Minha Vida. O programa beneficia famílias de baixa renda e proporciona a inclusão social destas pessoas, além de melhores condições de vida, com acesso ao saneamento básico, por exemplo. "Pessoas que moravam com esgoto a céu aberto dentro de casa e sem água tratada passam a morar em apartamentos que atendem estas necessidades. É claro que isso exige uma contrapartida na vivência social destas pessoas, que passam a ter a responsabilidade de arcar com estas despesas, mas isso é essencial para que elas vivam de maneira digna", considerou Dalciani. 
Outras 18 famílias ainda moram na Favela do Cisne e devem ser transferidas para empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida até o fim de março. (J.S)


Fonte:Mogi News