domingo, 11 de dezembro de 2011

Theatro Vasques






















O centenário prédio passou por alguns momentos caóticos até recuperar a sua dignidade: foi reformado e a agenda de apresentações tem sido intensa

OTheatro Vasques completou 109 anos na última terça-feira e o Mogi News, em seu caderno de Variedades, publicou no domingo passado uma foto histórica: o momento da inauguração do principal polo cultural da cidade, que um dia já se chamou Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno e voltou ao seu nome original em 2002, quando a Coordenadoria de Cultura estava sob a batuta do historiador Jurandyr Ferraz de Campos. De lá para cá, houve um resgate muito grande do espaço sob todos os aspectos: público, conservação e programação. Atualmente, o nosso teatro passa por um importante processo de tombamento histórico e, recentemente, foi eleito como uma das sete maravilhas da cidade, num concurso realizado pela Secretaria Municipal de Cultura.


Quando foi entregue à população, era palco para apresentações de operetas e espetáculos de teatro de revista. Mas nem tudo foram flores em sua trajetória. Com o passar dos anos, o local já passou por poucas e boas. Foi fechado na época do Estado Novo, e reaberto em 1948, se transformando em Câmara Municipal para somente mais tarde, já na década de 40, ser reformado e entregue novamente para a população usufruir de um local onde se respira arte.


Mas, então, tivemos problemas estruturais complicados de se resolver. O Theatro Vasques ficou por um bom tempo abandonado, funcionando a trancos e barrancos, principalmente durante as quatro gestões do ex-prefeito Waldemar Costa Filho, que não era lá tão simpático às causas culturais no município. Tinha um pensamento ultrapassado sobre esta questão e sua célebre frase é lembrada até hoje pelos ativistas de movimentos culturais: "Cultura é coisa de vagabundo e desocupado".


Então, em suas administrações, a atuação do teatro era básica e amplamente utilizada para colações de graus de escolas públicas e particulares e para alguns parcos espetáculos vindos de outras cidade e algumas produções da cidade, aquelas que insistiam muito em ocupar o espaço, como o Tumc, o TEM, as peças do Nelson Albissú e tantos outros grupos teatrais aqui da terrinha.


Neste ínterim, o Theatro Vasques estava detonado: carpete desgastado, cadeiras quebradas, umidade nas paredes, pintura vencida, piso do palco estragado e camarins. Era de dar dó a falta de cuidado e conservação do prédio. 
Há poucos anos é que a casa de espetáculos centenária retomou a sua dignidade, enfim. Na administração de Junji Abe, o local recebeu carpete novo, cadeiras amplas e estofadas, iluminação nova, ar-condicionado e uma reforma geral e ficou de cara nova. E o público ganhou um local aconchegante para assistir aos espetáculos. Outro ponto importante desta nova fase, iniciada há alguns anos, é a ocupação da agenda artística, que aos poucos foi ganhando nova forma. Hoje em dia, o Theatro Vasques oferece extensa programação cultural e artística para o público de todas as idades, sendo que a maioria dos espetáculos têm entrada gratuita. 
Há apresentações em praticamente todos os dias da semana e, principalmente, o espaço para os artistas mogianos está aberto: cantores, músicos, atores e dramaturgos estão lá, exercitando a Cultura para oferecer qualidade em todos os eventos e os poucos mais de 400 lugares vêm sendo ocupados.


Nunca na história recente do nosso teatro se viu essa intensa movimentação, fruto de um trabalho administrativo sério e que privilegia e dá a devida importância para a função social que o centro de cultura e expressão artística representa para toda uma comunidade. E que no decorrer dos anos essa vontade de conservar este nosso patrimônio não cesse. A arte, os artistas e o público precisam do Theatro Vasques para manter viva a expressão que educa, diverte e muda a vida das pessoas: de quem faz e de quem assiste aos espetáculos.


Fonte:Mogi News