sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Região tem 16 acidentes químicos

MARA FLÔRES
A Região respondeu por 8,8% das 184 emergências químicas atendidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) no ano passado nas 34 cidades que pertencem à Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) do Alto Tietê, a qual engloba a Região Metropolitana de São Paulo. O dado integra o Relatório de Emergências Químicas de 2010, divulgado ontem e que aponta um total de 461 ocorrências registradas em todo o Estado de São Paulo. Os 16 acidentes ambientais identificados nos municípios de Arujá, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano equivalem a 3,5% da soma geral do ano passado e fizeram 115 vítimas, o segundo maior percentual entre as cidades atendidas.


Na Região, Itaquaquecetuba e Suzano contabilizam o maior número de emergências químicas, com seis e cinco ocorrências, respectivamente, que exigiram intervenção da Cetesb. Arujá e Mogi das Cruzes tiveram dois casos e, Poá, um registro. Os problemas decorreram, principalmente, do transporte de produtos químicos e de vazamentos de produtos inflamáveis, os quais geraram contaminações na água, ar, flora e solo.


O relatório da Cetesb dá destaque especial, inclusive com fotos, para a emergência decorrente do rompimento de um duto transportando gasolina no Bairro do Rio Abaixo, em Mogi das Cruzes, região próxima da Volta Fria. A ocorrência foi em setembro de 2010 e causou o vazamento de 180 mil litros de combustível, atingindo o solo, flora, fauna e água. Segundo a publicação, diversas famílias precisaram ser evacuadas, num total de 31 pessoas, em razão do risco de inflamabilidade e do intenso odor que se propagou pela Região. O acidente exigiu a mobilização de técnicos da Cetesb e da Transpetro, responsável pelo duto, além do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Prefeitura, Polícia Ambiental e Delegacia de Polícia.


Apesar da gravidade e da necessidade de remoção de famílias, o acidente não causou nenhuma vítima. No entanto, até hoje as famílias que moram nas proximidades do local do vazamento do duto enfrentam dificuldades e estão impedidas de utilizar a água dos poços, por exemplo.


A Transpetro, subsidiária da Petrobrás, foi multada em cerca de R$ 130 mil e está obrigada a fazer uma investigação detalhada do solo e das águas para mapeamento da pluma subterrânea contaminada, que vai indicar a profundidade do subsolo atingida.


Os dados do primeiro relatório apresentado pela Transpetro após o acidente indicaram que o vazamento de combustível atingiu de três a quatro hectares da várzea do Rio Tietê na região da Volta Fria. Isso significa que a contaminação do solo e da água subterrânea pode ter comprometido uma área de até 40 mil metros quadrados, o equivalente a quatro campos de futebol.




Vítimas


As 115 vítimas contabilizadas no Alto Tietê foram todas em uma única ocorrência, registrada em abril na cidade de Suzano. Um vazamento de gás num condomínio do Bairro Jardim Fernandes gerou a contaminação do solo e do ar, causando problemas para a população que vive na localidade.


Os dados de 2009 mostram quem o Alto Tietê também registrou 16 emergências químicas, com a diferença de que nesse ano foram apenas duas vítimas e um total de 177 ocorrências na Região Metropolitana.




Região


As ocorrências registradas no Alto Tietê em 2010 envolveram transporte rodoviário, indústria e postos de combustíveis. Os principais produtos que geraram emergências foram resíduo oleoso, borra de alumínio, tinta, óleo diesel, ácido, hidrogênio, gás e gasolina.


A Região também aparece na classificação de ocorrências registradas nas principais vias terrestres do Estado nos últimos três anos. O destaque, no caso, ficou com a Rodovia Índio Tibiriçá, que liga Suzano ao ABC, e que contabilizou três ocorrências entre 2008 e 2010, sendo duas delas no último ano.


De acordo com a Cetesb, a Região Metropolitana, da qual o Alto Tietê faz parte, registra o maior número de emergências químicas, o que se justifica pelo fato de ser muito populosa e industrializada. O objetivo do levantamento é subsidiar ações para identificação,m prevenção, mitigação e redução dos problemas à saúde da população e ao meio ambiente.

Fonte:O Diário de Mogi