terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pimentel será protegido na base


DATA O Planalto também conta com a ajuda do calendário natalino para abafar o caso Pimentel


BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff orientou ontem a base aliada a impedir qualquer convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. A ordem, transmitida aos integrantes da coordenação política, busca preservar um dos ministros mais próximos de Dilma. O Planalto também conta com a ajuda do calendário natalino para abafar o caso.


Para o Planalto, o assunto está encerrado, já que a presidente Dilma entende que ele deu todas as explicações que eram necessárias e classificou-as como satisfatórias. O governo faz questão de destacar também que as "ilações" contra Pimentel se referem a um tempo que ele nem estava no governo.


Pimentel estava com passagem marcada para embarcar para Genebra para participar da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), na noite de ontem. A presidente o orientou a viajar tranquilo, assegurando-lhe que as lideranças partidárias garantiram que não haveria risco de ele ser convocado pelo Congresso para dar explicações.


Pimentel, que é um dos mais próximos ministros da presidente, manteve sua proximidade com Dilma, apesar dos ataques. A presidente lhe recomendou que resistisse, lembrando que ela mesma foi alvo de diferentes ataques e "sobreviveu". O governo conta com o recesso parlamentar para que o assunto caia no esquecimento.


O ministro Pimentel vem sendo alvo de acusações de tráfico de influência nas atividades de consultoria exercidas por sua empresa, a P-21. O caso do ministro tem sido comparado ao de Antonio Palocci, que saiu da Casa Civil após informações sobre sua evolução patrimonial e suas atividades de consultor.


Ontem coube à ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sair em defesa de Pimentel, falando em nome do governo. "Olha, temos em primeiro lugar, o apoio da presidenta", afirmou Ideli.


"Temos a convicção de que o ministro tem prestado todos os esclarecimentos. É sempre importante e relevante realçar que ele não estava exercendo nenhum cargo público quando exerceu o seu trabalho de economista, prestando consultorias", disse Ideli, que participou da reunião da equipe de coordenação política, com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.


Na sexta-feira, o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, foi mais longe, alegando que as acusações se referiam a consultorias dadas em Minas Gerais e que não caberia uma convocação do Congresso para dar explicações sobre o ocorrido. Gilberto lembrou ainda o passado de Pimentel, comentando que ele é "uma pessoa que tem uma trajetória".


Fonte:O Diário de Mogi