domingo, 6 de novembro de 2011

Tratamento Hospital do Câncer cogita ir à Justiça para garantir atendimento na região

Responsável pela unidade de saúde deverá impetrar mandado de segurança para reaver o repasse do Estado
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Maurício Sumiya

Centro Oncológico recorrerá à Justiça caso o Estado não cubra o volume de casos de câncer para serem tratados na região
O médico Flávio Isaías Rodrigues, responsável pelo Centro Oncológico de Mogi das Cruzes e pelo Hospital do Câncer que leva o seu nome, estuda a possibilidade de entrar com um mandado de segurança contra o Governo do Estado de São Paulo para garantir o aumento do repasse estadual que custeia o atendimento de pacientes com câncer em Mogi e região pela rede SUS. Essa é uma de suas últimas opções para conseguir do governo a verba necessária para cobrir o volume de casos que a unidade atende na região. O excesso não é coberto pelo teto do governo, que hoje cobre o tratamento ambulatorial de até 1.200 pacientes com uma verba de R$ 800 mil. 
Antes de apelar para o Poder Judiciário, o médico tentará mobilizar os deputados da região a conseguir apoio com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Estou esperando a finalização de um abaixo-assinado com 25 mil nomes para apresentar ao governador do Estado, por intervenção de algum deputado da região que esteja realmente comprometido, ou ainda levar até o Ministério da Saúde, já que o governo estadual alega que não tem dinheiro porque o repasse federal está atrasado", detalhou.


O médico explicou também que, caso opte por entrar com o mandado de segurança, o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) poderá ser acionado pela Justiça. "Estamos tentando segurar ao máximo para não recorrer a esta ferramenta porque, se isso acontecer, vai cair nas costas do prefeito. Chegamos a falar com ele sobre isso, mas ele disse que não é problema dele, que temos de resolver com o Estado. Tudo bem, mas atendemos muitos pacientes de Mogi", reclamou. O prefeito chegou a endossar o pedido de revisão do teto assim que o Estado anunciou o corte, em junho deste ano. Os deputados estaduais André do Prado (PR), Luiz Carlos Gondim (PSS) e Estevam Galvão de Oliveira (DEM) também já falaram sobre o assunto em plenária. 
O Centro Oncológico é credenciado ao SUS desde 1982. Se o Estado atender o pedido, será possível, além de aumentar o atendimento ambulatorial, abrir seis leitos da UTI oncológica, além de um pronto-atendimento 24 horas. 
Boa parte dos pacientes que precisam de quimioterapia na região são transferidos para o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). "O Estado alega que, como a quimio é uma vez por mês, o paciente aguenta ir de trem até São Paulo. Isso é um completo absurdo".


Fonte:Mogi News