domingo, 6 de novembro de 2011

Câmaras terão supervereadores

CANDIDATOS Mal deixou o Ministério do Esporte, Orlando Silva anunciou sua candidatura; César Maia também quer ser puxador de votos


BRASÍLIA
Acostumados aos holofotes, políticos de expressão nacional se preparam para recomeçar do zero suas carreiras com a disputa de uma vaga de vereador nas eleições de 2012. O mais novo do time dos futuros vereadores de grife é o ex-ministro Orlando Silva (PC do B) que, mal deixou a pasta do Esporte, surpreendeu a todos com a intenção de concorrer a uma das 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo.


Orlando é um estranho no ninho na safra de prováveis supervereadores que cogitam entrar corrida municipal. Ao contrário de outros renomados políticos, o ex-ministro nunca exerceu mandato eletivo na vida. Aos 40 anos de idade, tem larga experiência como líder estudantil - foi presidente da União Nacional dos Estudantes na década de 90 -, mas jamais disputou uma eleição.


No ano passado, Orlando ensaiou uma candidatura a deputado federal, mas foi demoviado da ideia pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a promessa de que permaneceria à frente do Esporte para cuidar da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016. Acabou abatido por denúncias de envolvimento em um suposto esquema de desvio de verbas de programas do Esporte e, agora, estudar alçar voo como vereador.


Afinal, o candidato do PC do B à Prefeitura de São Paulo, pelo menos no momento, é o cantor e vereador Netinho de Paula.


Exceções à parte, a safra de vereadores de grife é composta basicamente de derrotados nas eleições de 2010. É o caso do ex-prefeito Cesar Maia (DEM-RJ), dos ex-deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Indio da Costa (PSD-RJ) e dos ex-senadores tucanos Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissati (CE). Todos têm um objetivo em comum: fortalecer seus partidos nas eleições municipais como puxadores de votos.


A figura de vereador de grife não é novidade. Uma das pioneiras foi a ex-senadora Heloisa Helena (PSOL-AL). Derrotada nas eleições presidenciais de 2006 e sem mandato, Heloisa conquistou uma cadeira na Câmara de Maceió, em 2008. "Acho que é positivo o lançamento de candidaturas como as de Cesar Maia e Gabeira porque valoriza uma instituição que, em geral, é dominada por uma pequena política", diz o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), que iniciou a carreira política como vereador na década de 90. "É melhor ter figuras como essas, que têm tradição na política, do que uma mera celebridade", conclui.


Derrotado


Depois de comandar a cidade do Rio de Janeiro por três vezes e ser derrotado nas eleições do ano passado na disputa por uma vaga no Senado, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) promete ressurgir das cinzas levando a reboque uma dezena de vereadores para as 51 vagas da Câmara carioca. "Ao todo, estimamos 8 no mínimo e 11 no máximo", revela Maia, ao especificar o número de vereadores que pretende eleger no rastro de sua candidatura.


O mesmo raciocínio é usado pelos defensores da candidatura do ex-senador e hoje conselheiro da Embaixada do Brasil em Portugal Arthur Virgílio (PSDB-AM). O ex-deputado Fernando Gabeira (PV) é outro que se prepara para entrar na corrida por uma cadeira na Câmara Municipal do Rio. Candidato derrotado à prefeitura da cidade, na disputa de 2008, e ao governo do Estado do Rio, no ano passado, Gabeira tem tudo para ser um grande puxador de votos nas eleições de 2012.


Mas, por enquanto, o deputado prefere manter sua candidatura em clima de suspense na tentativa de evitar que, no seu rastro, o PV decida lançar uma enxurrada de candidatos a vereador. 


Fonte:O Diário de Mogi