quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PSDB quer Serra na Prefeitura


POLÊMICA José Serra, que está fora do País, é taxativo ao dizer que não tem interesse em se candidatar



São Paulo




A definição do ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012 aumentou a pressão no PSDB para que o partido lance um nome de "unidade" no ano que vem.


Sem um pré-candidato "novo" que empolgue as lideranças partidárias, os tucanos voltaram os holofotes para o receituário tradicional: o ex-governador José Serra. A pressão para que ele seja o candidato cresceu nas últimas semanas, à medida que o quadro de pré-candidatos do PSDB não evoluiu em favor de nenhum dos quatro nomes.


Os secretários José Aníbal (Energia), Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) e o deputado Ricardo Tripoli já se inscreveram para disputar as prévias, marcadas para o final de janeiro, apesar de nenhum deles contar com o entusiasmo da cúpula tucana. "Quem tem quatro pré-candidatos não tem nenhum", avalia um cacique tucano.


O ex-governador, que está em viagem fora do País, é taxativo ao dizer que não tem interesse em se candidatar. Mas o governador Geraldo Alckmin trabalha com a possibilidade de ele se lançar na disputa, principalmente como forma de unir o PSD, partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na chapa tucana.


Diante deste cenário, Alckmin, que apostara inicialmente em Bruno Covas, quer ganhar tempo. A candidatura do neto de Mario Covas enfraqueceu depois que ele declarou ao Estado ter recebido oferta de propina para liberação de emendas, quando era deputado estadual - ele voltou atrás da declaração.


Apesar de o nome de Serra ser considerado o mais forte, há também no partido a avaliação de que Haddad, por ser um candidato "novo", aumenta o risco de a legenda sair com um quadro tradicional: Serra disputou a Prefeitura paulistana em 1996 e 2004, quando ganhou e eleição.


Na avaliação dos tucanos, a senadora Marta Suplicy (PT) era uma candidata mais fácil de ser derrotada: a ex-prefeita tinha rejeição alta e já havia perdido a eleição para Serra em 2004. O ministro, considerado uma novidade no cenário eleitoral, é visto como uma incógnita: tanto pode não decolar nas pesquisas e não conseguir passar para o segundo turno, quanto pode quebrar a barreira dos 30% que o PT tem na capital paulista e que Marta encontra dificuldade de passar.


Os movimentos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor de Haddad já haviam feito com que os tucanos trabalhassem com o nome dele como o principal adversário.


O presidente do PSDB estadual, Pedro Tobias, acha que um candidato novo abre a porta para Serra. "O novo ninguém sabe no que vai dar", afirmou.


"Sempre achamos que o candidato era Haddad. A decisão mostra o PT não optou pelas prévias, diferentemente do PSDB", declarou o presidente do PSDB municipal, Julio Semeghini.


Fonte:O Diário de Mogi