sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Projeto Lei que proíbe garupas em motos gera polêmica

Mogianos que costumam ir a São Paulo, a Guarulhos e a São José dos Campos de moto estão preocupados com a possível aprovação da lei
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Muitos motociclistas mogianos usam o veículo para ir a São Paulo e se preocupam com a nova regra
Ainda não se sabe se o projeto de lei que proíbe garupas em motocicletas em dias úteis nas cidades com mais de 1 milhão de habitantes vai ser sancionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas a proposta, de autoria do deputado Jooji Hato (PMDB), já criou polêmica. Se sancionada, a lei deve afetar motociclistas de Mogi das Cruzes que trabalham ou vão sempre para o centro de São Paulo de moto. 
É o caso do casal Erika Barbosa, de 24 anos, e o marido, João Batista da Silva, 22. Há pelo menos dois anos, eles optaram por comprar uma moto em vez de um carro. "Nós sempre andamos de moto juntos, porque é mais prático, mais rápido e mais econômico. Não temos a intenção de comprar um carro, mas, se aprovada pelo governador, essa lei vai complicar a nossa vida quando precisarmos ir até o centro de São Paulo. Eu não gostei", avaliou Erika.


A opinião do casal é compartilhada por Osias e Ana Lúcia Souza, adeptos da motocicleta. "Não acredito que proibir de andar duas pessoas na moto vai diminuir o índice de assaltos, tampouco o de acidentes. Essa lei não tem fundamento e pode até ter efeito contrário, como o aumento da frota de moto e até de carros", destacou Osias. 
Se aprovada, a medida não deve mudar muita coisa para as empresas de moto-frete de Mogi, que realizam entregas em São Paulo e Guarulhos, por exemplo. "Neste caso, os motociclistas andam com baú padronizado ou mochila e não levam garupas", explicou a proprietária da empresa de entregas Papa Léguas, Kely Regina Toledo Bonvenuto. "Mas eu, como consumidora, não aprovo a lei. Não tenho carro, só moto. Meu filho, de 21 anos, também tem moto e sempre anda com a namorada na garupa".


O secretário municipal de Transportes, Carlos Nakaharada, informou em nota que "a medida não necessariamente contribuirá para a diminuição dos acidentes e da violência. Isso porque a motocicleta é um meio de locomoção individual, que permite o transporte de passageiro, aprovado por legislação federal, com certificações técnicas e de segurança de trânsito". 
Já o advogado Dirceu do Valle acredita que a lei não será aprovada, já que o Estado não tem competência para legislar sobre norma de trânsito, hoje regulamentada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). "Existe um vício de iniciativa, mas duvido que o governador sancione essa lei, que deve gerar reclamação e manifesto das fabricantes de motocicletas".


Fonte:Mogi News