sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Descartada base da Rota em Mogi

Júlia Guimarães



O Governo do Estado descartou a possibilidade de instalação de uma base fixa da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) em Mogi das Cruzes. A vinda do grupo de policiamento especializado foi amplamente discutida na Cidade em meados deste ano e defendida por vários segmentos da sociedade civil como uma medida importante de redução das estatísticas criminais no Município e Região. A implantação da Rota chegou a ser solicitada oficialmente pela Câmara Municipal, por meio de moção encaminhada em junho último ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao secretário de Estado da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. Porém, nesta semana, o Comando da Polícia Militar informou oficialmente que o pedido não será atendido sob a alegação de que o efetivo da Rota não pode ser fixado em um único território.


O posicionamento do Estado foi enviado por meio de um ofício assinado pelo chefe de gabinete interino do Comando Geral da PM, tenente coronel Glauco Silva de Carvalho, e encaminhado ao vereador Expedito Ubiratan Tobias (PR), que é presidente da Comissão Permanente de Segurança da Câmara. O parlamentar é autor da moção, aprovada por unanimidade pelos demais membros da Casa, que solicitava a realização dos estudos necessários para instalação, em caráter definitivo, da Rota na Cidade. No documento, o republicano apresentou dados sobre o crescimento da criminalidade no Município e Região, destacando os resultados negativos registrados pela Secretaria de Segurança para os delitos de tráfico de drogas e homicídio. A resposta do Comando foi assinada no dia 3 de novembro e chegou ao gabinete de Tobias nesta semana.


No documento, o Comando da PM afirma que o 1º Batalhão de Polícia de Choque Tobias Aguiar é responsável, em todo Estado, pela execução de ações de "controle de distúrbios civis e ações de policiamento motorizado". O ofício diz ainda que o emprego da Rota é "baseado em apurada análise dos sistemas inteligentes de polícia, norteadores de todo planejamento operacional da instituição". O tenente coronel Glauco Silva de Carvalho acrescenta que "o emprego do efetivo da Rota é planejado para atender várias Áreas de Interesse de Segurança Pública (AISP) localizadas na Capital, na Região Metropolitana e no Interior, motivando a utilização de sistema de rodízio, vez que não é possível fixá-lo em um único território".


O Comando da PM esclareceu que a Rota desenvolve operações de patrulhamento inteligente e que participa de operações especiais como as medidas de segurança por ocasião de visitas presidenciais e escolta de presos, além de operações de controle de distúrbios civis. Depois da negativa ao pleito mogiano, o tenente coronel Glauco Carvalho procurou ressaltar, no documento, o trabalho desenvolvido pela PM na Região. O ofício destaca os serviços de Radiopatrulha e atendimento pelo telefone 190, além dos policiamentos comunitário, de trânsito, de ronda escolar e da atuação da Força Tática e da Ronda com Apoio de Motocicletas (Rocam).


Déficit


O pedido de instalação de uma unidade da Rota em Mogi das Cruzes foi apresentado ao Estado como reflexo da necessidade de ampliação do efetivo da PM na Cidade e na Região. Recentemente, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, anunciou o envio de 74 homens para o Comando de Policiamento de Área Metropolitano 12 (CPAM-12), que abrange os três batalhões da Região, de Mogi, Itaquaquecetuba e Ferraz de Vasconcelos. O déficit, porém, era bem maior e chegava a 180 policiais. Agora, o Alto Tietê ainda precisa de mais 106 homens para completar o quadro. A expectativa é que mais soldados sejam designados para a Região até o final deste ano.


Fonte:O Diário de Mogi