quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não ao aterro! Acordo de Lerário com empreiteira trará mais degradação ambiental

Não ao aterro!
Acordo de Lerário com empreiteira trará mais degradação ambiental
Raul Lerário é o dono da área onde a Queiroz Galvão quer instalar o Lixão; do lado, ele tem uma mineradora
BRAS SANTOS
Da Reportagem Local
José Antonio/Helicamera

Lerário explora área no distrito do Taboão para a extração de areia. Ao lado de um de seus terrenos está a área onde a empreiteira Queiroz Galvão quer instalar o aterro sanitário (à esquerda na foto)
O empresário Raul Ardito Lerário fez acordo com a empreiteira Queiroz Galvão para a implantação de um aterro sanitário em área de sua propriedade no distrito industrial do Taboão em Mogi das Cruzes. Mede mais de dois milhões de metros quadrados o terreno cedido por Lerário à empreiteira que, desde 2003, tenta, de todas as formas possíveis e imagináveis, instalar um Lixão em Mogi.


Caso Lerário não tivesse liberado seu terreno, a guerra em que se transformou a luta de Mogi das Cruzes contra a implantação do aterro nem teria começado. Mas a disputa entre a empreiteira e a administração municipal e a sociedade civil organizada com a Secretaria Ambiental do Estado no meio continua e está longe de ter um fim. 
Lerário municiou a Queiroz Galvão com o que ela mais precisava: dois milhões de metros quadrados de terra em região estratégica, o que detonou a polêmica em torno do aterro. O empresário, porém, é pouco conhecido em Mogi, pois mora em Pindamonhangaba. Um amplo levantamento feito pelo Mogi News apurou que a degradação ambiental na cidade poderá aumentar caso o Lixão seja instalado na área reservada por Lerário à Queiroz Galvão.


Na região do local onde a Queiroz quer instalar seu depósito de lixo, Lerário controla ao menos três empresas que extraem areia de enormes crateras abertas praticamente nas margens da estrada do Taboão. Os danos causados pela extração de areia ao meio ambiente podem ser comparados aos prejuízos ambientais que o aterro poderá acarretar ao Taboão. 
Na avaliação de integrantes do Movimento Aterro Não, os estragos provocados pelos portos de areia comandados por Raul Lerário, mais a sua disposição de contribuir com o projeto da Queiroz Galvão, revelam a falta de "limites" do homem que a partir do Vale do Paraíba parece querer ver uma promissora região de Mogi terminar em buracos e lixo.




Fiesp
A contradição nessa história é que, apesar dos estragos que promove e de seu potencial para causar mais danos, Raul Lerário é diretor-adjunto de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). 
"Basta entrar no Google (mapas) para avaliar a extensão dos estragos causados pela extração de areia e a falta de recuperação das enormes áreas afetadas. Quem degrada o meio ambiente dessa forma certamente não está preocupado com os danos que esse aterro poderá causar a Mogi", argumentou o advogado e integrante do Movimento Aterro Não, Gustavo Ferreira. 
Para o advogado, a falta de limites de Lerário deve servir de incentivo para que lideranças políticas e da sociedade civil se empenhem ainda mais na luta contra o projeto do aterro e comecem a cobrar do Estado e até do governo federal mais fiscalização para conter os estragos causados extração de areia feita por Lerário e por outros areeiros, que, literalmente, exploram a região do Taboão. 
O Mogi News fez contato com a Fiesp e pediu uma entrevista com o diretor-adjunto de Meio Ambiente. A assessoria argumentou que Lerário (pessoa física) é quem deve se manifestar. A reportagem também procurou pela família de Lerário em Pindamonhangaba. Na Rádio Princesa, que é de propriedade de Victor Ardito Lerário (três vezes prefeito da cidade e candidato para a eleição do ano que vem), uma funcionária disse que não sabia onde Raul poderia ser localizado e nem qual o grau de parentesco com Victor. O político não retornou ao contato do jornal.


Fonte:Mogi News