sexta-feira, 14 de outubro de 2011

‘Socialismo acaba com corrupção’



O ex-candidato a presidente da República e presidente do PSOL Nacional, Plínio de Arruda Sampaio, 81 anos, começou sua palestra, ontem, na sede da 17ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mogi das Cruzes, em mais uma manifestação do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (MCCE), cobrando do bispo diocesano, dom Airton José dos Santos, uma maior participação junto à causa. Assim como alguns jovens, membros do grêmio estudantil da Escola Técnica Presidente Vargas que estavam com os rostos pintados em verde e amarelo, Sampaio também colocou a tinta na face.


"Eu queria começar dizendo para o bispo que ele deveria pintar o rosto também, já que o senhor se juntou ao Movimento. Estou me sentindo discriminado porque só eu coloquei isso aqui", disse o presidente do PSOL, em tom de brincadeira.


Passado o constrangimento, todos os presentes que encheram o auditório da OAB puderam ouvir o que pensa Sampaio sobre a corrupção no País.


"Acredito que só acabaremos com a corrupção no Brasil quando mudarmos do regime capitalista para o socialista. Enquanto isso, estamos nas mãos de um pequeno grupo que detém todo o recurso e isso é um caminho aberto para a corrupção. No entanto, acredito que essas reuniões de movimentos como este minimizam os efeitos dos corruptos, mas não acabam com eles, infelizmente", afirmou o ex-candidato.


Já o professor Mário Sérgio de Moraes, que integra o MCCE, explicou que o Movimento ganha força com a participação de Sampaio e do bispo, já que a campanha contra a corrupção também é uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


"Ganha muita força no sentido simbólico, já que são duas pessoas com trajetórias em prol da cidadania e ainda ficamos mais ativos com a participação dos jovens, que por meio das redes sociais, estão se mobilizando cada vez mais contra a corrupção, que é sistêmica no Brasil", disse Moraes, destacando que há três conceitos básicos defendidos pelo MCCE: o fim do voto secreto, a efetivação da Lei Ficha Limpa e a responsabilidade dos políticos no trato público.


Representando os jovens da Cidade, Rodrigo Basílio, 18 anos, presidente do grêmio da Escola Técnica Presidente Vargas, defendeu uma maior conscientização da juventude quanto à política.


"O jovem representa a possibilidade de mudança, ele é o transformador da política, da sociedade como um todo. Mas hoje, a juventude está alienada, analfabeta politicamente e é reverter esta situação que estamos buscando, por meio das redes sociais", comentou.




Resposta


Por fim, dom Airton comentou as críticas feitas quanto à participação da Igreja Católica em movimentos políticos e sobre a não presença de outras religiões, já que a causa foi abraçada pela CNBB.


"Eu acredito que a Igreja não deve se atrelar a nenhuma ideologia ou partido político. No entanto, este é um movimento pela cidadania e cabe à Igreja defender que todos tenham um mundo melhor, uma vida melhor. O Movimento está aberto a todos os segmentos religiosos e a nossa mensagem é no sentido de participação, da capacitação da consciência das pessoas", concluiu o bispo.




Fonte:O Diário de Mogi