sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Câmaras criticam saúde pública

Júlia Guimarães
A Associação das Câmaras do Alto Tietê (Acat) decidiu ontem pelo envio, ao Governo do Estado, de moções de repúdio pela situação da saúde pública regional. Os presidentes das casas legislativas se reuniram na manhã de ontem e definiram pela elaboração de um documento padronizado que será aprovado individualmente em cada um dos municípios. A decisão é um protesto político contra as diversas carências do setor e as más condições de funcionamento dos hospitais regionais, mantidos pela Secretaria de Estado da Saúde. A expectativa é de que as câmaras das 10 cidades do Alto Tietê aprovem as moções já na semana que vem. Os documentos deverão ser encaminhados ao secretário Giovani Guido Cerri e ao próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB).


A luta por melhorias na saúde regional deverá ser uma das principais bandeiras da Acat durante a gestão do novo presidente, vereador Edson Elias Khouri (PSB), o Edson Cury, que é chefe do Legislativo de Ferraz de Vasconcelos. Ele assumiu a presidência da Associação na manhã de ontem, durante reunião em Guararema, quando o mogiano Mauro Araújo (PMDB) se desligou do cargo. Em entrevista a O Diário, Cury defendeu investimentos para a saúde em todas as cidades da Região e denunciou as más condições de atendimento do Hospital Regional Doutor Osíris Florindo Coelho, de Ferraz (leia mais nesta página). "A Saúde Pública é uma preocupação constante na Região e será, sem dúvida, motivo de uma luta constante da Acat. Por isso, decidimos que todas as câmaras vão enviar moções de repúdio em protesto à situação do setor no Alto Tietê".


A saúde pública é um dos grandes motivos de preocupação dos municípios locais. No primeiro semestre deste ano, os deputados da Frente Parlamentar do Alto Tietê entregaram ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) um dossiê com as principais prioridades do setor. O dado mais alarmante apontou um déficit de 52% de leitos hospitalares na Região. Até o momento, a Secretaria de Estado da Saúde não se posicionou sobre o documento. Agora, os parlamentares pretendem visitar os hospitais Santa Marcelina, de Itaquaquecetuba, e Luzia de Pinho Melo, de Mogi, para conhecer de perto o funcionamento dos mesmos. A unidade mogiana será vistoriada na próxima segunda-feira, a partir das 10 horas, quando a Frente deverá averiguar quais são as principais carências de atendimento do centro médico.


Reportagens publicadas recentemente por O Diário denunciaram os problemas enfrentados pelos usuários do Luzia. O próprio diretor clínico da unidade, Luiz Carlos Viana Barbosa, admitiu que o setor de emergência opera com um número médio de atendimentos 250% acima da capacidade. Pessoas relataram que no Pronto-Socorro, o cenário também é dramático, com a existência de macas espalhadas pelos corredores e utilização de cadeiras de rodas para medicação de pacientes por falta de leitos. Nesta semana, O Diário ainda revelou o drama de usuários que precisam de consultas com especialistas e chegam a esperar por três meses, ou mais, para conseguir acesso aos médicos.


Fonte:O Diário de Mogi