Willian Almeida
Da Reportagem Local
Mauricio Sumiya
Reajuste que afetará o município foi discutido ontem entre representantes da Sabesp e vereadores. Parlamentares não concordam com aumento da estatal
Será reajustado em 6,8% o valor de R$ 1,24 por metro cúbico que a Prefeitura de Mogi das Cruzes paga à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pela compra da água que é distribuída pelo Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae). A informação do superintendente da Unidade de Negócio Leste da companhia, Márcio Gonçalves de Oliveira, e foi anunciada na manhã de ontem durante uma audiência na Câmara. Atualmente Mogi compra, em média, por mês, 1,481 milhão de metros cúbicos. Em dinheiro, significa um custo mensal de cerca de R$ 1,8 milhão. O valor por metro cúbico deve subir para R$ 1,32.
A notícia do reajuste chega no momento em que a companhia avalia um pedido feito pela Prefeitura de Mogi das Cruzes e reforçado ontem por vereadores para que o município receba um desconto na taxa. Isso porque a cidade teve áreas inundadas para dar origem a represas que hoje contribuem para o abastecimento da Região Metropolitana do Estado de São Paulo e na visão do prefeito Marco Bertaiolli (PSD) e da Câmara, não pode pagar pela água produzida em solo próprio o mesmo pago por outras cidades que também possuem empresas municipais de água que não contribuem com o sistema.
O desconto seria uma forma de compensação a Mogi das Cruzes pelo fato de o município ser produtor de água. Aproximadamente 50% do abastecimento municipal é feito com água comprada da Sabesp e distribuída pelo Semae, responsável também por abastecer a outra metade da demanda. O custo do Semae para tratamento fica entre R$ 0,30 e R$ 0,40, quase três vezes menos do que o valor pago à companhia estadual.
Para o superintendente da Unidade de Negócios da Sabesp Leste, Marcio Gonçalves de Oliveira, não é possível prever quando a análise ao pedido de desconto será concluída. Ele também deu a entender que dificilmente o valor diferenciado seja concedido. "O valor nós vamos avaliar, mas é uma análise que não sei precisar quando irá terminar por se tratar de um estudo que não é simples e que tem uma série de complexidades que envolvem custo e tratamento. E a nossa tarifa é a 6ª menor entre as empresas estaduais no País", afirmou. "A tarifa é igual para todos e é difícil separar os custos porque o sistema é interligado", completou o superintendente da Unidade de Produção de Água, Marco Antonio Lopes Barros. As tarifas da Sabesp são propostas pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp).
Para o diretor-geral do Semae, Marcus Mello, o momento é de aguardar. "Já solicitamos uma tarifa diferenciada e vamos esperar", disse. Já o vereador Nabil Nahi Safit (PSD) acredita que o momento é de se fazer um "levante" para garantir o desconto a Mogi. "Todos os investimentos feitos no passado foram pagos com dinheiro público, Mogi contribuiu com impostos e a cidade não recebe benefício nenhum por ser produtor. Temos que nos movimentar", disse.
Fonte:Mogi News
