terça-feira, 25 de outubro de 2011

Droga preocupa usuário de parque

IVAN CARVALHO


Especial para O Diário
Durante anos, Parque Botyra Camorim Gatti, no Centro Cívico, ficou conhecido como ponto de encontro de usuários de drogas, mas após a revitalização, há um ano, o espaço passou realmente a ser um centro de lazer, com famílias inteiras aproveitando os campos, as quadras, os equipamentos de ginástica, a pista de atletismo e a área reservada aos esportes radicais. Após a reforma, o local também ganhou reforço na iluminação, garantindo a prática de atividades físicas à noite. Porém, nos últimos meses, esta realidade começou a mudar novamente, com a presença de jovens que, segundo os frequentadores, estariam consumindo bebidas alcoólicas e drogas como cocaína, crack e maconha.


A reportagem de O Diário esteve no local e constatou que as câmeras de monitoramento e a existência de um posto da Guarda Municipal 24 horas (instalados em março deste ano) não inibem a utilização de drogas. Para a Secretaria Municipal de Segurança, a falta de punição em caso de porte contribui para o desrespeito.


A grande preocupação dos denunciantes é que o Parque está cercado pela Estação Central de Ônibus, pela Estação Estudantes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), pelos dois Fóruns e pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), além de servir como acesso a milhares de pessoas que transitam por ali.


Em uma conversa rápida com um dos rapazes que frequenta o Parque há mais de 17 anos, ele destaca que o problema do consumo de drogas no local nunca foi realmente solucionado. T. A., de 33 anos, disse que após a revitalização, diminuiu muito o número de usuários no local, mas durante a noite, "os nóias fazem a festa". "O pessoal não tem vergonha, ou a perdeu, pois existem câmeras e os guardas que fazem a segurança. Sempre joguei bola e cheguei a fumar com alguns amigos aqui, mas de um tempo para cá, as coisas começaram a ficar um pouco mais pesadas. Alguns cheiram cocaína na cara larga e fumam o famoso ‘mel’ (cigarro de maconha com crack)", revelou o rapaz.


Outro jovem, T.S., de 27 anos, disse que o problema não é só no Parque. De acordo com ele, que revelou ser usuário de crack, a droga está instalada em todas as regiões da Cidade. "Infelizmente, não é só aqui que encontramos a galera fumando. Aqui chama mais atenção porque está rodeada de prédios da administração pública. Mas os caras não estão nem aí, fumam mesmo, ficam doidões, principalmente na sexta-feira. No sábado e domingo é muito fácil encontrar resquícios de drogas e cápsulas de bagulho", explicou.


O secretário municipal de Segurança, Eli Nepomuceno, diz que os usuários sabem que não vão ser presos ou incriminados por conta disso. Segundo ele, estudos apontam que 20% da população brasileira usaram ou ainda experimentaram algum tipo de droga, o que leva a crer que, em Mogi, cerca de 80 mil pessoas fazem parte desta estatística. "Os traficantes aproveitam o grande número de pessoas para traficar a droga. Não temos como controlar, são muitas pessoas envolvidas. É um problema de saúde pública. Precisamos trabalhar para conscientizar os jovens, como fizeram com cigarro. Esta é a política correta", defendeu.


Flagrante


A última apreensão no Parque foi às 19h36 do dia 30 de setembro. A Guarda Municipal prendeu, em flagrante, um jovem, do Jardim Rodeio, que estava com maconha. A cena foi capturada pela câmera do local e as imagens puderam ser usadas como prova. "Acho que este é um bom exemplo do trabalho da Guarda Municipal e da Ciemp (Central Integrada de Emergências Públicas), no combate à criminalidade em espaços públicos da Cidade" destacou o secretário.


Fonte:O Diário de Mogi